Chefe do Núcleo de Identificação Civil, perita Cristiane Correia, pede mais comprometimento da população
Durante sessão ordinária na Câmara Municipal de Três Lagoas, nesta terça-feira (26), a perita papiloscopista Cristiane Correia, chefe do Núcleo Regional de Identificação, utilizou a tribuna para expor os desafios enfrentados na emissão da carteira de identidade (RG) no município. Segundo ela, apesar de uma estrutura limitada, a equipe do posto consegue disponibilizar cerca de 1.200 atendimentos por mês, mas metade dessas vagas é desperdiçada por falta de comparecimento da população.
“Até o dia 25 de agosto, disponibilizamos 1.142 horários, entre agendamentos e encaixes, mas só conseguimos realizar 691 atendimentos. Isso representa uma perda de 451 atendimentos, ou 50% da capacidade”, afirmou a perita.
Além das ausências, o posto também lida com o problema recorrente de documentos inválidos. “Foram 306 faltas e 145 reprovas, por certidões rasuradas, desatualizadas ou com dados incorretos. Mesmo nesses casos, orientamos e encaixamos a pessoa novamente após a correção”, explicou.
Cristiane destacou ainda que o agendamento online, feito uma vez por mês em Campo Grande, acaba sendo mal interpretado pela população, gerando frustração e boatos de que “nunca há vagas disponíveis”. Ela enfatizou que os horários se esgotam rapidamente pela alta demanda, e pediu maior responsabilidade das pessoas ao agendar.
“Se você agendou e não pode ir, procure a gente antes. Dá para antecipar a verificação dos documentos e evitar perda de tempo no dia do atendimento”, disse. “Nossa equipe está lá, pronta para atender. O que falta, muitas vezes, é o comprometimento do outro lado.”
A perita também reforçou que a estrutura física atual comporta apenas três estações de atendimento, sendo que, por enquanto, apenas duas funcionam simultaneamente. “Gostaríamos de ter cinco, com mais digitadores e espaço, mas ainda não é possível.”
Como exemplo positivo de engajamento, ela mencionou um mutirão realizado no dia 15 de agosto, que atraiu mais de 300 pessoas para apenas 60 vagas iniciais. “Atendemos 84 e encaixamos 200 para os dias seguintes. Isso mostra que a demanda existe, mas precisa estar alinhada com a responsabilidade de comparecer”, afirmou.
Ao final, vereadores agradeceram a presença da perita e destacaram a importância do esclarecimento público sobre o serviço. “Eu mesmo trouxe esse tema à tribuna por conta das queixas da população. Agora, entendemos melhor o cenário. Parabéns pelo seu trabalho e pela transparência”, disse um dos parlamentares.