Corte amplia redução de rotas iniciada em julho, onde empresa alega ajustes para priorizar destinos com maior retorno financeiro.
A Azul Linhas Aéreas confirmou nesta segunda-feira, 11, o encerramento de suas operações em 14 cidades brasileiras, incluindo Três Lagoas, no leste de Mato Grosso do Sul. A medida amplia o corte iniciado em julho, quando a companhia já havia suspendido os voos para Corumbá, no oeste do estado.
Segundo a empresa, as rotas foram descontinuadas entre janeiro e março deste ano, pouco antes do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, aberto em maio. Em nota à imprensa, a Azul afirmou que os ajustes “fazem parte de um processo contínuo de revisão da malha aérea, focado em rotas estratégicas que apresentem maior retorno financeiro”.
O aumento dos custos operacionais e o impacto do dólar alto foram apontados como fatores decisivos. Em Três Lagoas, a suspensão ocorre em meio a um ajuste que afeta mais de 50 rotas com desempenho 17 pontos percentuais abaixo da média da empresa. As ações incluem redução de frequências e cancelamentos definitivos.
A companhia ressaltou que todos os clientes impactados receberam atendimento conforme determina a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O órgão regulador, por sua vez, informou que a criação ou extinção de rotas é de competência das empresas, segundo o princípio da “liberdade de voar” previsto em lei.
A Azul foi a última das grandes companhias aéreas brasileiras a aderir ao Chapter 11 nos EUA, depois de Latam e Gol. No Brasil, já vinha reestruturando dívidas desde 2023. A previsão é que o processo seja concluído até o fim de 2025, caso não haja entraves jurídicos.
Além das cidades sul-mato-grossenses, a lista de municípios que perderam voos da Azul inclui Cratéus, São Benedito, Sobral e Iguatú (CE), Campos (RJ), Correia Pinto e Jaguaruna (SC), Mossoró (RN), São Raimundo Nonato e Parnaíba (PI), Rio Verde (GO), Barreirinhas (MA) e Ponta Grossa (PR).