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domingo, 14 de setembro, 2025

Vacina de RNA potencializa imunoterapia e avança como candidata universal contra o câncer

Estudo em camundongos mostra que vacina de RNA mensageiro pode estimular sistema imunológico a combater diferentes tipos de tumores

Uma vacina experimental baseada em RNA mensageiro (RNAm) aumentou significativamente os efeitos da imunoterapia no combate a tumores, segundo estudo publicado na última sexta-feira (18) na revista Nature Biomedical Engineering. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade da Flórida (UF), nos Estados Unidos, apresenta resultados promissores para o desenvolvimento de uma vacina universal contra o câncer.

Os testes foram realizados em camundongos e mostraram que, ao ser combinada com inibidores do ponto de controle imunológico, medicamentos já utilizados em tratamentos oncológicos, a vacina provocou uma resposta imunológica intensa, comparável à reação do corpo contra vírus. O mecanismo ocorre por meio da indução da proteína PD-L1 nos tumores, o que os torna mais suscetíveis à ação do sistema imunológico.

Para Elias Sayour, oncologista pediátrico da UF Health e principal autor do estudo, as descobertas abrem caminho para uma nova estratégia de tratamento contra o câncer, com potencial para substituir ou complementar terapias tradicionais como cirurgia, radioterapia e quimioterapia. “Mesmo uma vacina de RNA não específica para um tumor ou vírus em particular pode gerar uma resposta imunológica direcionada ao câncer”, afirmou o pesquisador.

Como funciona a vacina

A nova tecnologia é um desdobramento de pesquisas anteriores conduzidas por Sayour, que já havia demonstrado, em ensaio clínico com humanos, o potencial do RNAm em reprogramar o sistema imunológico para atacar glioblastomas, um tipo agressivo de tumor cerebral. Nesse primeiro estudo, as vacinas foram feitas a partir das próprias células tumorais dos pacientes, com resultados rápidos e positivos.

No experimento mais recente, os pesquisadores testaram uma versão universal da vacina: uma formulação de RNAm não direcionada a um tumor específico, mas capaz de induzir uma resposta imunológica robusta. A tecnologia emprega um método semelhante ao das vacinas contra a Covid-19.

Ao ser combinada com um anticorpo monoclonal conhecido como inibidor de PD-1, a vacina demonstrou resultados eficazes em tumores normalmente resistentes a tratamentos convencionais. Em fases mais avançadas do estudo, foram observados efeitos positivos, e até a completa eliminação dos tumores, em camundongos com cânceres de pele, osso e cérebro, mesmo quando a vacina foi utilizada isoladamente.

“Poderia ser uma forma universal de despertar a resposta imunológica do próprio paciente ao câncer”, avaliou Duane Mitchell, coautor da pesquisa. “E isso seria profundo se pudesse ser generalizado para estudos em humanos.”

Com informações CNN Brasil

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