Um grave acidente envolvendo um bitrem carregado com 38 toneladas de cimento reacendeu a revolta entre caminhoneiros que trafegam pela MS-112. O veículo, que havia saído de Cezarina (GO) rumo a Inocência (MS), tombou no km 155 da rodovia, já na noite de sábado (21), após o motorista perder o controle ao passar por um desnível em um trecho sem acostamento. Ele foi socorrido e levado a um hospital da região, sem ferimentos graves. A Polícia Militar Rodoviária Estadual (PMRE) registrou o caso.
A rodovia, com 89 km de extensão e duas praças de pedágio (Selvíria e Cassilândia), é alvo de críticas por parte dos caminhoneiros, especialmente após o reajuste nas tarifas em fevereiro deste ano. Um bitrem, com nove eixos, chega a pagar R$ 121,50 por praça, totalizando mais de R$ 240 em uma única travessia. Motoristas reclamam que, apesar da cobrança considerada alta, o trecho continua sem acostamento, com sinalização precária e ausência de dispositivos refletivos (“olhos de gato”).
A situação é agravada pelo tráfego intenso de carretas que transportam eucalipto para as indústrias de celulose em Três Lagoas. Segundo relatos de caminhoneiros, acidentes causados por desníveis e sujeira nas bordas da pista têm se tornado frequentes.
“Pagamos caro e não vemos obras. Um pneu estoura e não há onde encostar”, reclamou um caminhoneiro que auxiliou no resgate do bitrem acidentado. A concessionária Way-112, responsável pelo trecho, afirma que melhorias estão sendo realizadas de forma gradativa. No entanto, sindicatos da categoria já estudam acionar órgãos reguladores para exigir a construção imediata de acostamentos e reforço na sinalização.
Até que as obras saiam do papel, os trabalhadores do volante seguem arcando com os riscos e os custos de uma rodovia mal estruturada.


