Internacional – 31/12/2012 – 14:12
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse em uma entrevista transmitida no domingo que espera aprovar novas medidas de controle de armas nos EUA durante o primeiro ano do seu segundo mandato. Ele disse ainda estar cético sobre a proposta da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) de colocar guardas armados nas escolas.
Obama designou o vice-presidente Joe Biden para liderar uma força-tarefa para apresentar propostas sobre porte de armas no começo de 2013, depois do massacre de 20 crianças e seis adultos por um atirador na escola de ensino fundamental em Newton, Connecticut, em dezembro.
“Eu gostaria de fazer isso no meu primeiro ano. Vou apresentar uma proposta muito especifica, baseada nas recomendações que a força tarefa de Joe Biden já está preparando. E isso não é algo que eu vou adiar”, disse Obama ao Meet the Press da NBC.
“Não vou prejulgar as recomendações que me forem dadas. Estou cético em acreditar que a solução seja colocar mais armas nas escolas. E acredito que a grande maioria do povo americano também está cético de que isso possa, de alguma forma, resolver o nosso problema”, ele disse.
O NRA, influente grupo de lobby pró-armas, já disse que novas leis sobre as armas não são uma boa resposta e sugeriu que guardas armados estejam presentes em todas as escolas dos EUA.
O presidente dos Estados Unidos disse ainda que o massacre foi o “pior dia” de seu mandato. “A pergunta… é se estamos de fato suficientemente abalados com o que aconteceu aqui para que não vire simplesmente outro destes episódios rotineiros que recebem muita atenção por duas semanas e depois se dissipa”, disse Obama.
Benghazi e Defesa
Questionado sobre o ataque de Benghazi, na Líbia, que mataram quatro americanos, incluindo o embaixador norte-americano, em setembro, Obama falou que há “boas pistas” sobre os responsáveis pelo atentado.
“Não vamos fingir que isso não foi um problema. Isso foi um problema enorme. E vamos implementar cada recomendação que foi apresentada”, disse Obama na entrevista, referindo-se a questões de segurança identificadas na análise independente.
“Em relação ao que será feito, isso é uma investigação em andamento. O FBI enviou pessoas para a Líbia. Temos excelentes pistas, mas isso não é uma coisa sobre a qual posso falar no momento”, ele disse.
Obama também comentou o futuro da pasta da Defesa, em aberto depois da desistência da embaixadora Susan Rice. O presidente dos Estados Unidos ofereceu forte apoio ao ex-senador republicano Chuck Hagel, mas disse que ainda não se decidiu sobre a escolha de um candidato ao cargo no Pentágono.
Hagel é considerado um dos principais candidatos para substituir o secretário de defesa Leon Panetta, que está deixando o cargo, mas ele tem sido criticado pelo seu histórico com Israel e por um comentário de que ser gay era um fator inibidor para o cargo de embaixador.
“Servi com Chuck Hagel. Eu o conheço. Ele é um patriota. Ele é alguém que fez um trabalho extraordinário no Senado dos EUA e uma pessoa que serviu este país com bravura no Vietnã”, disse, acrescentando que não via nada que desqualificasse Hagel.
O presidente disse que Hagel havia se desculpado por seus comentários sobre a homossexualidade, mencionados por David Gregory, da NBC, durante a entrevista. “Em relação a esse comentário especifico que você citou, ele já pediu desculpas por isso”, disse Obama.
“E acho que é uma prova do que tem sido uma mudança positiva ao longo da última década em se tratando das atitudes das pessoas em relação aos gays e lésbicas que servem ao nosso país. E isso é algo que me orgulho muito de ter liderado.”
Fonte: Portal Terra


