O caso que comoveu Três Lagoas no último sábado (10) ganhou novos contornos após a identificação oficial do corpo encontrado no Rio Paraná, próximo à região do Jupiá. A vítima é Luiz Henrique de Paula Costa, de 20 anos, morador da cidade. O reconhecimento foi feito por familiares — o irmão e o padrasto — no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), para onde o corpo foi levado após ser resgatado por um pescador.
O cenário, já triste por si só, torna-se ainda mais doloroso diante do contexto familiar: Luiz Henrique lutava contra a dependência química, apresentava comportamento instável e, segundo os próprios familiares, já havia tentado tirar a própria vida em ocasiões anteriores.
“Era difícil, mas ele sempre voltava”
De acordo com relato do irmão à imprensa, Luiz Henrique tinha o hábito de desaparecer por dias. “Às vezes ele sumia três, quatro dias. A gente ficava preocupado, mas ele acabava voltando.” Em uma dessas ocasiões, a família chegou a registrar boletim de ocorrência por desaparecimento, mas o jovem retornou espontaneamente.
Um dos episódios mais graves foi quando Luiz Henrique tentou suicídio ingerindo soda cáustica, sobrevivendo após atendimento médico emergencial. A luta contra o vício e os episódios de instabilidade emocional foram confirmados pela família como parte da trajetória difícil do jovem.
A dor de uma mãe no Dia das Mães
A morte de Luiz Henrique ocorreu justamente na véspera do Dia das Mães, o que tornou o momento ainda mais doloroso para a família. Sua mãe, muito conhecida na cidade por ter trabalhado vendendo churros na região da Lagoa Maior, agora enfrenta o sofrimento de enterrar o próprio filho no dia que simboliza o amor materno.
“Não há dor maior do que essa. Ele era o meu filho, com todas as dificuldades, mas era meu menino”, disse ela, segundo relatos de pessoas próximas.
Mistério permanece: o que aconteceu com Luiz Henrique?
O corpo foi avistado boiando no meio do Rio Paraná e foi trazido à margem por um pescador que acionou as autoridades. Polícia Militar, Polícia Civil e Perícia Criminal compareceram ao local. O corpo foi recolhido pela Funerária Cardassi e encaminhado ao IMOL, onde foi oficialmente reconhecido no início da tarde.
As causas da morte ainda são desconhecidas. A Polícia Civil não descarta afogamento acidental, suicídio ou a possibilidade de outro fator envolvido, e o caso foi registrado como “morte a esclarecer”. O exame necroscópico deverá trazer informações mais detalhadas nos próximos dias.
Comoção e solidariedade
A cidade de Três Lagoas acompanha com tristeza o desenrolar do caso, que escancara o sofrimento silencioso de muitos jovens que enfrentam problemas com drogas, saúde mental e exclusão social. Amigos e familiares publicaram homenagens nas redes sociais, destacando a dor da perda e o carinho por Luiz Henrique, mesmo diante das dificuldades que ele enfrentava.