O mês de Maio é marcado por uma importante campanha nacional: o Maio Laranja, dedicado ao combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Instituída pela Lei nº 14.432/2022, essa mobilização visa conscientizar a sociedade sobre a gravidade dessa violência e estimular a denúncia e prevenção.
A cada hora, três crianças são vítimas de abuso sexual no Brasil, sendo que 51% delas têm entre 1 e 5 anos de idade. Estima-se que 500 mil crianças e adolescentes sejam explorados sexualmente anualmente no país, mas apenas 7,5% desses casos chegam ao conhecimento das autoridades, indicando que os números reais podem ser ainda mais alarmantes.
No Mato Grosso do Sul, a situação é alarmante. Desde o início de 2024, foram registrados 1.335 casos de estupro no estado, dos quais 1.076 envolvem vítimas com menos de 18 anos, representando 80,5% dos casos. Desses, 618 são crianças de até 11 anos, correspondendo a 46,2% dos registros, e 458 são adolescentes de 12 a 17 anos, representando 34,3% dos casos. Além disso, Mato Grosso do Sul apresenta uma das maiores taxas de estupro de vulneráveis do país. Em 2023, o estado registrou 2.183 casos de estupro de vulnerável, com uma taxa de 297,1 casos por 100 mil habitantes, colocando-o na liderança nacional nesse indicador.
Especialistas destacam que o abuso sexual infantil é frequentemente cometido por pessoas próximas à vítima, como familiares ou conhecidos, o que torna a identificação e prevenção ainda mais desafiadoras. Por isso, é fundamental que a sociedade esteja atenta aos sinais de abuso e saiba como agir diante de suspeitas.
A denúncia pode ser feita de forma anônima e segura pelos seguintes canais:
- Disque 100: Central de Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso;
- Delegacias especializadas ou qualquer delegacia de polícia;
- Conselhos Tutelares;
- Profissionais de saúde, que têm a obrigação de notificar casos suspeitos.
O Maio Laranja é um chamado à ação. É fundamental que todos, pais, educadores, profissionais de saúde e a sociedade em geral, se envolvam na luta contra essa violência. Somente com a união de esforços será possível garantir um futuro mais seguro e digno para as crianças e adolescentes.