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Três Lagoas
sexta-feira, 19 de setembro, 2025

Vídeo de Dandara Queiroz, três-lagoense e atriz global, denunciando falta de água em aldeias de Dourados viraliza

A crise hídrica que afeta as aldeias indígenas Bororó e Jaguapiru, localizadas em Dourados, voltou a ganhar visibilidade nacional após um emocionado relato da atriz global Dandara Queiroz, de 26 anos. Da etnia guarani e natural de Três Lagoas, Dandara utilizou suas redes sociais para denunciar a situação crítica enfrentada pelos cerca de 20 mil habitantes da reserva indígena de Dourados, considerada a maior em contexto urbano do Brasil.

Em um vídeo publicado recentemente, a atriz, conhecida por interpretar a personagem Benvinda na novela “No Rancho Fundo”, descreveu o cenário de abandono e dificuldades vivido pela comunidade. “Venho aqui através desse vídeo pedir ajuda de vocês porque a maior reserva indígena em contexto urbano do Brasil, situada no estado de Mato Grosso do Sul, em Dourados, sofre há muito tempo com a questão da falta de água”, afirmou Dandara, que esteve na região durante o feriado de Carnaval para realizar projetos artísticos.

Ela relatou que, mesmo enfrentando temperaturas de até 38 graus, os moradores das aldeias não tinham acesso à água. “São mais de 20 mil indígenas nas aldeias Bororó e Jaguapiru, e eles não têm água. É uma situação desumana e inadmissível”, destacou a atriz, emocionada.

O indígenas ja realizaram um protesto organizado pela comunidade que resultou na assinatura de um acordo entre os moradores, o Ministério dos Povos Indígenas, a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e a Secretaria Estadual de Cidadania. O acordo previa a construção de seis poços artesianos para abastecer as aldeias. No entanto, até o momento, apenas dois poços foram perfurados, e nenhum deles está em funcionamento, deixando a população sem acesso à água potável.

Dandara Queiroz criticou a demora na execução do projeto, que deveria ter sido entregue em março deste ano. “Eles foram recebidos com gás, opressão. Depois desse protesto, foi dito que seriam feitos poços. Isso foi em novembro de 2024, e até agora nada do projeto, que era para ser entregue em março, mas não está perto de ser finalizado”, afirmou a atriz, expressando frustração com a lentidão das autoridades em resolver o problema.

A situação das aldeias Bororó e Jaguapiru reflete um cenário de descaso e negligência que persiste há anos. A falta de água não apenas compromete a qualidade de vida dos moradores, mas também agrava problemas de saúde e higiene, especialmente em um contexto de altas temperaturas e condições precárias de saneamento básico.

Dandara, que tem raízes indígenas e é orgulhosa de sua etnia guarani, tem usado sua plataforma para amplificar as vozes da comunidade e pressionar por soluções efetivas. “Precisamos de ações concretas, não de promessas. A vida dessas pessoas está em jogo”, concluiu a atriz, reforçando a urgência do tema.

Enquanto isso, os moradores das aldeias seguem esperando por uma solução definitiva para o drama da falta de água, que já se arrasta por demasiado tempo. A mobilização liderada por Dandara Queiroz trouxe esperança, mas também expôs a necessidade de maior comprometimento por parte das autoridades para garantir direitos básicos à população indígena.

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Exportações de alimentos caem US$ 300 milhões em agosto, aponta ABIA

A balança comercial da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) registrou uma queda de US$ 300 milhões nas exportações de alimentos industrializados em agosto, o que representa uma retração de 4,8% em relação a julho. No total, o setor exportou US$ 5,9 bilhões no mês. O principal fator para a queda foi a redução nas compras dos Estados Unidos, que importaram US$ 332,7 milhões em agosto — queda de 27,7% em relação a julho e de 19,9% na comparação com agosto de 2024. TARIFA Segundo a ABIA, o resultado reflete a nova tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros, além da antecipação de embarques em julho, antes da entrada em vigor da medida. Em julho, os EUA haviam importado US$ 460,1 milhões em alimentos industrializados do Brasil. Os produtos mais afetados foram: Açúcares: queda de 69,5% Proteínas animais: recuo de 45,8% Preparações alimentícias: baixa de 37,5% INFLEXÃO “O desempenho das exportações nos dois últimos meses evidencia uma inflexão clara: o crescimento expressivo de julho foi seguido por ajuste em agosto, sobretudo nos EUA, impactados pela nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora”, afirmou João Dornellas, presidente executivo da ABIA. Segundo Dornellas, a retração indica a necessidade de o Brasil diversificar seus parceiros comerciais e ampliar sua capacidade de negociação. MÉXICO Com a queda nas exportações aos EUA, o México despontou como um dos mercados em ascensão. As exportações para o país cresceram 43% em agosto, totalizando US$ 221,15 milhões — cerca de 3,8% do total. O principal produto comprado pelos mexicanos foram proteínas animais. “O avanço do México, que coincide com a retração das vendas aos Estados Unidos, indica um possível redirecionamento de fluxos e a abertura de novas rotas comerciais, movimento que ainda requer monitoramento para identificar se terá caráter estrutural ou apenas conjuntural”, afirmou a ABIA. IMPACTO A projeção da entidade é de que os impactos da tarifa norte-americana se intensifiquem no acumulado de 2025. Entre agosto e dezembro, a estimativa é de uma retração de 80% nas vendas para os EUA dos produtos atingidos pela tarifa, com perda acumulada de US$ 1,351 bilhão. CHINA A China manteve a liderança entre os compradores de alimentos industrializados brasileiros, com importações de US$ 1,32 bilhão em agosto — alta de 10,9% sobre julho e de 51% em relação ao mesmo mês de 2024. O país asiático respondeu por 22,4% das exportações do setor no mês. OUTROS Outros mercados apresentaram desempenho negativo: Liga Árabe: queda de 5,2%, com US$ 838,4 milhões importados União Europeia: retração de 14,8% sobre julho e de 24,6% na comparação com agosto de 2024, com compras de US$ 657 milhões No acumulado de janeiro a julho de 2025, as exportações do setor somaram US$ 36,44 bilhões, uma leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2024. A principal causa foi a menor produção de açúcar durante a entressafra. SUCO Um dos poucos segmentos que registrou crescimento foi a indústria de suco de laranja, que não foi afetada pelas tarifas. Em agosto, o setor teve alta de 6,8% em relação a agosto de 2024, embora tenha recuado 11% frente a julho por causa da antecipação de embarques. EMPREGO A indústria de alimentos fechou julho com 2,114 milhões de empregos formais e diretos. No comparativo interanual, o setor criou 67,1 mil novas vagas entre julho de 2024 e julho de 2025, o que representa crescimento de 3,3%. Somente em 2025, foram abertos 39,7 mil postos diretos e outros 159 mil na cadeia produtiva, incluindo agricultura, pecuária, embalagens, máquinas e equipamentos.