Alcides Ferreira, Geórgia Medeiros e Jamila Gomes reforçaram o combate às arbovires e também da colaboração dos três-lagoenses na luta contra o mosquito.
Diante do aumento da dengue em Três Lagoas, além do surgimento de casos positivos do tipo 3 da doença após mais de 15 anos, o Comitê de Combate ao Aedes aegypti de Três Lagoas realizou sua primeira reunião de 2025 no último dia 30 de janeiro, para discutir as estratégias de prevenção e enfrentamento das arboviroses na região, além de medidas que precisam ser tomadas em relação à redução de casos no município.
Em entrevista ao “A Hora da Notícia” da Caçula FM 96,9 desta quarta-feira, 05, a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS), Jamila Gomes, do coordenador do Setor de Endemias, Alcides Ferreira, e da coordenadora do Setor de Entomologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e presidente do Comitê, Georgia Medeiros explicaram sobre as ações discutidas, além das decisões tomadas visando o combate às arboviroses em geral na cidade, já que foi emitido um alerta após o aumento dos casos.
Durante a conversa, Georgia Medeiros alertou sobre o aumento de casos confirmados de dengue tipo 3 na cidade, que subiram de três para dez em curto espaço de tempo. Segundo ela, a situação é preocupante, pois a população não está imunizada contra esse sorotipo, que não circulava há mais de uma década na região. Além disso, outros vírus, como a febre amarela e a febre Oropuchi, que têm sido registrados em estados vizinhos, também estão no radar das autoridades de saúde.
“O objetivo das reuniões do Comitê é criar estratégias de prevenção e orientação. Convidamos toda a população a participar, independentemente de vínculo com instituições ou empresas. Escolas, associações de bairro, igrejas e a comunidade em geral são bem-vindas”, destacou Georgia, anunciando que a próxima reunião será no dia 27 de fevereiro, no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.
Alcides Ferreira enfatizou a gravidade do retorno da dengue tipo 3, relembrando que a última circulação desse sorotipo resultou em hospitalizações e óbitos. “Com o calor e as chuvas frequentes, a proliferação do mosquito Aedes aegypti aumenta. O último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado em janeiro, indicou um índice de 3,9%, significando que a cada 100 imóveis, quatro possuem focos do mosquito. Destes, 86% estão dentro das residências, o que reforça a necessidade de a população agir”, alertou.
Jamila Gomes, do NEPS, destacou o papel fundamental do núcleo na capacitação de profissionais da saúde para o manejo clínico da dengue, além das estratégias de prevenção e atualização dos protocolos ministeriais. Segundo a coordenadora, desde a criação do núcleo, em 2022, foram realizadas 25 capacitações específicas sobre arboviroses, incluindo dengue, com a participação de mais de mil profissionais da rede municipal de saúde. A coordenadora enfatizou a importância dessas formações para garantir atendimento qualificado e reduzir a mortalidade causada pela doença.
“A atualização dos protocolos é essencial. Os profissionais de saúde nem sempre têm tempo para ler documentos extensos, então nossa função é traduzir essas informações e capacitar cada categoria, desde médicos até agentes comunitários, garantindo um atendimento mais eficiente à população”, explicou.
Jamila também destacou avanços como a chegada dos testes rápidos para dengue e a vacinação contra a doença, atualmente disponível para adolescentes de 10 a 14 anos. No entanto, alertou para a baixa adesão à segunda dose, essencial para a imunização completa. “A primeira dose teve boa procura, mas muitos adolescentes não retornaram para completar o esquema vacinal. É fundamental que as famílias se atentem a isso para garantir a proteção contra a dengue”, ressaltou.
