Economia – 13/12/2012 – 19:12
A mais nova empresa brasileira de celulose – a Eldorado Brasil, inaugurada no município de Três Lagoas, revela, de acordo com a vice-governadora, Simone Tebet, que as potencialidades estão no interior do Brasil. Pastagens disponíveis e características voltadas para a cultura de eucalipto, aliadas à logística, foram alguns dos fatores determinantes para a escolha daquela cidade para a instalação da unidade fabril do grupo J&F Investimentos.
“Representa um empreendimento do século para Três Lagoas e sem dúvida da década para Mato Grosso do Sul, já que foi considerado em 2012 como o maior investimento privado do Brasil. Significa que a saída do Brasil está realmente no desenvolvimento regionalizado. Trazer o Brasil para o interior e garantir dignidade a toda população brasileira”, ressaltou a vice-governadora Simone Tebet durante a inauguração da Eldorado Brasil nesta quarta-feira.
Conforme Simone Tebet, a vinda da maior fábrica de celulose em linha única do mundo mostra a importância do Estado e suas potencialidades. A nova empresa, por exemplo, vai exportar mais de 90% da matéria-prima produzida em Três Lagoas para a Ásia, Europa e Estados Unidos. “Abriu as portas de Três Lagoas para a região do Bolsão e de Mato Grosso do Sul para o mundo. Agora o mundo vai saber que a celulose que hoje é comercializada a grande maioria advém do Brasil e do Centro-Oeste, especificamente do nosso Estado”, destacou.
O fomento do desenvolvimento regional do interior do Brasil, aproveitando as potencialidades de cada município, transformou a cidade de Três Lagoas na capital mundial da celulose e está gerando oportunidades de emprego. “Hoje podemos dizer que o Estado detém o status de maior produtor de celulose do mundo. Vivemos hoje o pleno emprego na cidade e em municípios da região como Inocência, Aparecida do Taboado, Água Clara, Brasilândia e Selvíria. A expectativa é que se estenda esse pleno emprego para todo o Estado”, disse. A Eldorado Brasil inicia a operação empregando cerca de 2,5 mil trabalhadores.
Cultura e logística
Durante entrevista coletiva à imprensa ontem (12), o presidente da Eldorado, José Carlos Grubisich, informou que a escolha de Três Lagoas para a implantação da unidade com capacidade produtiva de 1,5 milhão de tonelada/ano de celulose é fácil de entender. “O negócio é agricultura, floresta, indústria e logística. Temos que ter 160 mil hectares para desenvolver e ter a matéria-prima necessária. A cidade tem suas características como uma cultura de eucalipto”, justificou.
A cultura de eucalipto numa cidade com pluviometria adequada para o plantio está aliada à logística. “Temos o rio Paraná com a represa de Jupiá e bem na frente da fábrica o rio Tietê”, informou José Carlos Grubisich, apontando também que a produção será escoada por outros modais. A metade da celulose produzida seguirá de Três Lagoas para o Porto de Santos, em São Paulo, utilizando o modal rodoferroviário. Esta produção sairá da fábrica em caminhões até o município de Aparecida do Taboado (MS) e de lá seguira para o litoral – onde a empresa está construindo um porto próprio pela ferrovia administrada pela América Latina Logística (ALL).
Outra metade da produção parte de Três Lagoas por meio do modal hidroferroviário onde sairá do porto construído na própria empresa, pelos rios Paraná e Tietê, até a cidade de Perdeneiras (SP). Dali seguirá pela ferrovia MRS até o Porto de Santos. “Além disso encontramos uma comunidade que estava de braços abertos”, finalizou Grubisich, destacando que além das características essenciais para a produção e escoamento da matéria-prima, a iniciativa privada também encontrou um município parceiro com moradores prontos para trabalhar.
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