Policial – 11/12/2012 – 09:12
A Corregedoria da Polícia Militar investiga o envolvimento de 350 integrantes da corporação em assassinatos ocorridos em 2012. A informação consta em um relatório de produtividade do órgão corregedor obtido pelo DIÁRIO.
Esse é o primeiro número consolidado sobre a apuração da participação de policiais militares nas execuções registradas especialmente nas regiões periféricas do estado.
O documento da Corregedoria da PM revela ainda que, apenas em 2012, 322 PMs foram expulsos ou demitidos da corporação. Do total, entretanto, apenas 2,5% dos policiais punidos cometeram assassinatos (foram nove casos).
Na contramão de seu antecessor, amplamente criticado em sua gestão pela truculência policial, o atual titular da Secretaria da Segurança Pública, Fernando Grella, parece não querer fazer vista grossa para os crimes da polícia. O secretário já chegou a declarar que “o combate ao crime e os direitos humanos não são excludentes”.
Neste final de semana, dois episódios terminaram na prisão de policiais militares. O PM Maurício Penny Ribeiro ateou fogo em Washington Ramalho da Silva, de 19 anos, e acabou preso. Também foram para a cadeia os seis policiais militares que, segundo a investigação, executaram um adolescente na Zona Norte.
Para a defensora pública Daniela Skromov de Oliveira, responsável por investigar casos em que exista suspeita da participação de policiais, as prisões recentes são um bom sinal, mas ainda é prematuro afirmar que a coibição imediata à violência vai acontecer sempre. “Esse é um recado da igualdade, de que não existe ninguém acima da lei. Nesse sentido, a punição é importante”, diz a defensora.
O porta-voz da Corregedoria da PM, major Marcelino Fernandes da Silva, garante que a intenção do governo é punir os maus policiais. O oficial argumenta que a investigação social da corporação é rígida – a cada 100 candidatos, apenas sete são aprovados. “A honestidade só é descoberta quando colocada à prova”, diz.
Fonte: Portal Terra