Geral – 12/10/2012 – 11:10
Sexta-feira (12) é dia de Nossa Senhora Aparecida e um grupo de romeiros da região noroeste paulista mostra muita fé e devoção à padroeira do Brasil. Todo o ano, eles fazem uma longa viagem de Novo Horizonte (SP) à cidade de Aparecida, no Vale do Paraíba. É uma jornada difícil, no lombo de burros.
Os romeiros demoram quase três semanas para percorrer cerca de 700 km por estradas de terra. Eles fazem o caminho dos antigos tropeiros para relembrar as origens. Enfrentar as dificuldades da trilha é também uma forma de agradecer às graças recebidas.
O ponto de partida é na principal praça de Novo Horizonte. Em frente à Igreja Matriz, 10 romeiros posicionados um ao lado do outro à espera da bênção do padre da cidade. A celebração reúne moradores, que vieram desejar boa sorte aos homens. “O mundo precisa mais dessa devoção, que com certeza iria melhorar muito mais”, afirma a dona de casa Doraci Dada.
O berrante soa anunciando que já é hora de ir embora. O momento mais difícil é o da despedida. “É triste, é doloroso, mas é uma coisa que a gente respeita, admira”, diz a gerente de vendas Cintia Pastana, mulher de um romeiro.
O abraço apertado é a despedida do filho Otávio Pastana que ainda não entende o que está acontecendo. “A saudade com certeza vai acompanhar a gente. Mas tudo de bom vai acontecer nesta viagem”, comenta o romeiro e empresário Rafael Pastana.
A viagem é no estilo dos antepassados. Ao som de música sertaneja, montados em burros, os romeiros seguem pelas ruas da cidade. Em meio aos carros, chamam atenção dos moradores. A viagem é longa e os viajantes desbravam os campos, chegam a estrada de terra. São horas e horas incansáveis de caminhada. Até Aparecida do Norte (SP) são quase 700 quilômetros. Cerca de 20 dias de viagem. Esforço para um grupo que tem como principal combustível a fé. “As bênçãos de Nossa Senhora são muito grande. Isso aqui não é nem um grão de areia em relação às bênçãos dela”, afirma o eletricista Cleber André Comisso.
O caminhão é o apoio do grupo e acompanha toda a peregrinação. Na carroceria, uma cozinha improvisada, com direito a baú de estoque de alimentos, legumes e até um freezer. O agricultor Eduarte Sebastião Ribeiro é o cozinheiro. “Sempre faço uma carne na banha de porco guardada na lata e um arroz e um feijão gordo”, explica.
Se a viagem é tão gratificante, a recompensa já aparece no meio do caminho. O almoço terminou e é hora de seguir em frente. Pela estrada de chão, a comitiva passa por fazendas, um longo caminho em busca dos seus objetivos.
Fonte: Do G1


