Geral – 11/10/2012 – 14:10
Em Brasília, no dia 11 de outubro de 1977, o presidente Ernesto Geisel assina a lei da divisão de Mato Grosso.
Na saudação aos ministros João Paulo dos Reis Veloso (Planejamento) e Maurício Rangel Reis (Interior), durante a visita deles à Assembleia Legislativa de Mato Grosso em quatro de abril de 1975, o deputado estadual Rubem Figueiró de Oliveira (Arena) antecipava: a divisão territorial brasileira seria inevitável. Ele baseava-se no estudo “Geopolítica do Brasil”, do ministro-chefe da Casa Civil, general Golbery do Couto e Silva, segundo o qual o fenômeno ocorreria a partir do desenvolvimento econômico e social da área remanescente de Mato Grosso, sobretudo, considerando-se a Marcha para o Norte, para a conquista de novas terras para a agropecuária.
“Passados tantos anos daquela afirmação, estou convicto: mais cedo ou mais tarde de que o extenso território de Mato Grosso será desmembrado com mais duas unidades, por impulso não só do desenvolvimento econômico, como o que vem dele, ou seja, o esclarecimento político das populações que estão nas regiões mais setentrionais naquele grande estado”, afirma Figueiró.
Rangel Reis foi o “pai da divisão”, enquanto Golbery e Veloso atuaram na condição de conselheiros do presidente Ernesto Geisel. A Lei Complementar nº 31, que dividiu Mato Grosso, completa hoje 35 anos. O novo Estado nasceu sem certidão de nascimento. O cerimonial esqueceu o presidente do Tribunal Regional Eleitoral no hotel e ele ainda passou pelo vexame de ser barrado por seguranças no Teatro Glauce Rocha, onde ocorreria a instalação da Assembleia Constituinte.
Não existe ata fiel daquele momento. Arfante, o desembargador Athayde Monteiro da Silva entrou no teatro depois de o seu nome ser chamado quatro vezes pelo locutor da festa.
A história passa, os antagonismos ficam. Os ex-governadores Wilson Barbosa Martins e Pedro Pedrossian são exemplo disso. De Martins, que teve dois mandatos: “Ninguém me prejudicou mais senão ele, pois deixou dívidas em meu caminho”. De Pedrossian, três vezes no cargo: “Desafiei meus detratores (…) Algumas obras minhas não foram entendidas”.
Graças às exportações de carne, grãos, açúcar, álcool, papel, celulose, óleos vegetais, alimentos, bebidas, couros, peles, fiação, têxteis, confecção e vestuário, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são hoje estados globalizados.
Fonte: Montezuma Cruz


