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Pistoleiros atacam novamente acampamento indígena

Geral – 12/09/2012 – 08:09

As fazendas Shekinah e Campina, em Paranhos (na região Sul do estado, divisa com o Paraguai), foram, nesta segunda-feira (10), mais uma vez palco de conflito entre índios da etnia Guarani Kaiowá e pistoleiros.

Cerca de 30 homens armados sitiaram o acampamento, destruíram os barracos dos indígenas e roubaram os pertences das famílias desabrigadas, informou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

Os índios consideram o local um Tekoha (território sagrado). Segundo o Cimi, a área já foi homologada pelo governo federal, “apesar da desintrusão de não-indígenas da área ainda não ter sido realizada”.

“Desde a semana passada, os pistoleiros estão armando um acampamento com telhado de ethernite ao redor da gente”, explicou Dionísio Guarani, ao Cimi. “Eles tem tudo calibre 12, 38, pistola, bala na cintura. Hoje de manhã, eles se aproximaram e atiraram pra cima”, acrescentou.

A situação se acirrou durante a tarde, quando a comunidade foi invadida por dezenas de homens armados. “Chegaram atirando pra cima. Vindo pra cima. Destruíram dois barracos e levaram tudo. Para queimar em algum lugar. Nós gritamos muito”, disse. Duas famílias estão desabrigadas, mas, segundo Dionísio, novas moradias já estão sendo construídas para acolhê-las.

Dionísio explica que os pistoleiros estão armados, mas os índios não. “Os ataques sistemáticos dos pistoleiros revelam a audácia dos latifundiários e demonstram o seu evidente menosprezo às normas legais e ao próprio Estado brasileiro. Naquela região, eles criam, julgam e executam as próprias leis”, analisou o secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cléber Buzatto.

Segundo ele, o novo conflito demonstra a inoperância do governo federal para reverter essas crises “e também uma aparente falta de vontade política em solucionar o problema”.

Morte

O ataque desta segunda-feira foi o segundo em menos de duas semanas no mesmo local, e o quarto desde a retomada, realizada no dia 16 de agosto. Em um dos conflitos, um acidente levou um bebê à morte. Outro guarani kaiowá permanece desaparecido.

Fonte: Capital News

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