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Investigação da CPI do Cachoeira chega aos contratos da Delta no MS

Economia – 15/08/2012 – 11:08

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira definiu, durante sessão de deliberação, hoje, e por unanimidade, solicitar todos contratos da construtora Delta com o governo do estado de Mato Grosso do Sul.

Além do MS, os governos de Mato Grosso, Distrito Federal e Tocantins também terão que apresentar seus contratos com a empreiteira, a principal abastecedora do caixa de Cachoeira, a partir de repasses milionários para empresas “fantasmas” do esquema, como a construtora Brava.

Somente essa empresa recebeu cerca de R$ 300 milhões, oriundos de obras superfaturadas da Delta, segundo Rubmaier Ferreira de Carvalho, apontado pela Polícia Federal como contador da empreiteira.

Durante a sessão da CPI, vários deputados cobraram o aprofundamento das investigações sobre Delta em todo o país, a começar pela região Centro-Oeste. O fato se deve às gravações pela Polícia Federal de conversas do ex-diretor-regional da Delta na região, Cláudio de Abreu, íntimo de Cachoeira. Essas gravações revelam conversas sobre repasses, propinas e outras falcatruas do grupo.

Claudio Abreu é o homem que assinou os contratos da Delta no MS, tanto em obras do Dnit quando do governo Puccinelli, como a recapeamento da MS-377, que liga Água Clara à Inocência.

O relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), afirmou que é preciso, nesse momento, obter documentos sobre a atuação de Cláudio Abreu no Centro-Oeste. No MS, as suspeitas são de compra de licitações. Depois da análise dos documentos, a CPI decidirá sobre a convocação, ou não, do governador André Puccinelli, para ser inquirido como pretende o deputado Filipe Pereira (PSL-RJ), que apresentou o requerimento de sua convocação.

MS-377 já apresenta afundamentos e ondulações

No último domingo (12-8), a reportagem do Midiamax percorreu trechos da MS-377, que aparentemente “parece um tapete”, como costuma dizer o governador Puccinelli. Sem dúvida, a estrada está melhor que antes, mas o problema é que, mesmo em trechos sem grande movimento de carga, a via pacata começa a ter afundamentos e ondulações.

É que a estrada recebeu fina camada de asfalto sobre o pavimento existente, mas não houve reforma da sua base. Como o asfalto é maleável, acaba por se moldar à superfície anterior da MS-377, e incorporando seus defeitos.

A Delta recebeu pela recuperação de 128 quilômetros mais de R$ 44 milhões. Depois, um aditivo de R$ 6 milhões elevou o valor acima dos R$ 50 milhões. A inauguração da via, feita pelo governador, ocorreu em 26 de maio deste ano, há menos de quatro meses.

Ao saber que poderia ser convocado pela CPI, Puccinelli chegou a afirmar que problemas da MS-377, como sobrepreço e má qualidade de materiais de construção, seriam de reponsabilidade da fiscalização do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD), que financiou a obra e a recuperação de outras estradas do MS.

Mas, no Diário Oficial do MS do dia 23 de setembro de 2011, a responsabilidade da Agesul é clara. O item 3 da proposta do projeto de recuperação da MS-377 afirma: “A AGESUL, como agência executora do Programa, convida as empresas e consultores elegíveis a expressarem seu interesse em prover os serviços acima indicados”.

E mais, em outro trecho: “Esta ficha de acompanhamento avaliará o desempenho físico-financeiro das obras, acumuladas pela fiscalização da AGESUL e a empresa contratada para supervisão das obras”.

Fonte: Pio Redondo

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