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sexta-feira, 3 de maio, 2024

Rapper de MS e Haitiano lançam clipe ‘Bang Bang’

Ele vem ganhando destaque nacional com apoio de grandes nomes do rap.

Rafael Cassiano Ferreira da Silva, o Fael MC, de 25 anos – é um rapper campo-grandense que usando o codinome ‘Versos 67’, em referência ao código de área de Mato Grosso do Sul, lançou em 19 de março 2022 o clipe “Bang-Bang”  fazendo uma conexão musical entre o Haiti e MS. 

Fruto do Bairro Laranjal, “uma quebrada esquecida” da Capital, Fael vem ganhando destaque nacional tendo o apoio de grandes nomes como o paulista Nocivo Shomon – agora somente o vulgo Shomon.

Fael falou com a equipe de reportagem do TeatrineTV no início da noite do dia 20 de junho. Sentado no sofá da sala da casa onde vive com sua ‘mina’, no bairro Parati,  ele escutava e assistia na TV um grupo de rap paranaense. “Eu escuto esses manos porque gosto das ideias e do visual. Tem uma verdade aí e isso me pega… Você quer que dê uma abaixada no volume da TV?”, perguntou.   

Antes de falarmos sobre o clipe ‘Bang-Bang’, pedimos que Fael nos contasse sobre quando e como foi seu encontro com o rap.

“Eu morava com o meu pai, minha mãe e minhas duas irmãs. Uma delas já cantou comigo, a Thamires – a gente tinha um grupo de rap que depois se desfez. Aí, com 18 anos e fui expulso de casa pelo meu pai… nossas ideias já não batiam e ele mandou eu vazar”, introduziu.   

Sem apoio da família, Fael ficou desorientado e quase entrou para a estatística. “Eu pensei em vender droga, pensei mesmo, ia largar mão de tudo! Virar mais um a entrar para esse mundo, sem perspectiva, porque depois que saí de casa fiquei meio desorientado. Morei de favor na casa da minha falecida avó, o marido dela deixou eu ficar num quarto lá e depois fui morar com uma amiga. Aí depois conheci minha mina e fui para uma chácara para trabalhar. Depois disso, voltei para o Laranjal. E nesse meio tempo me encontrei de vez com o rap e, o rap que me salvou, salvou eu de cair no crime. Eu comecei a pesquisar sobre o rap daqui, não achava nada no YouTube, mas descobri que existia batalhas nas quebradas”, resumiu.  

Em 2016 “mais ou menos”, Fael começou a frequentar as batalhas. “Comecei lá no ‘Vai ou Racha’, ‘Batalha do Vagão’, ‘Batalha do ZO’, ‘Batalha da Caixa D’água”, enumerou.   

No mundo do hip hop, ele tem como referência atual ‘Nego Max’, ‘Mano Fler’, ‘Pateta’ e Shomon. “Eu tenho uma música que ganhei do Nocivo [Shomon], disputei com o Brasil inteiro e consegui ganhar, foi a partir daí que eu comecei a ter visibilidade lá fora e os caras começaram a me chamar”, revelou.

“Meu rap é rap de mensagem! Bato de frente com tudo que acho injusto na sociedade Falo de política, de religião – é um desabafo mano, a música é um desabafo para quem vive aqui porra. Eu fiz ‘Escuridão’ foi um desabafo, ‘Vinho Tinto’ o último que lancei agora é um desabafo mano (sic)”, definiu.

Segundo Fael, ele decidiu adotar o ‘codinome’ para sustentar uma marca musical que levasse MS no nome. “Na feira com um mano eu pensando em criar um nome em 2015 eu adotei o ‘Versos 67’. Porque só meu nome não levava o Estado e que queria sinalizar e reforçar que faço rap daqui”, introduziu o rapper. 

O CLIPE

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Ampliando o alcance de sua música, recentemente, então, Fael fez um feat com o rapper Haitiano Bestman – o Jeff Bestman. A música “Bang Bang” nasceu informalmente num encontro entre amigos incomum de ‘Bestman’ e Fael. “Teve um evento de rap na Vila Dedé e uns amigos meus conheceram esse haitiano, o Bestman. Aí eu fiz amizade com ele, ele fala português também. Aí um eu fui fazer uma gravação de um clipe do ‘Mano X’, um parceiro meu, lá no Tiradentes, e ele apareceu lá para a gravação. Aí a gente estava numa roda assim e ele começou a soltar uma batida, a gente começou fazer uma rima. Aí ele começou a soltar ‘bang- bang’ a gente bolou o refrão. Aí depois fomos embora e ele mandou mensagem para a gente fechar um som juntos. Eu falei demoro, vamos usar o refrão que já fez lá. Um mano dele do Haiti fez o beat e nós fizemos”, narrou.

No clipe, Fael e Bestman usam como cenário de fundo o chafariz na praça Ary Coelho, no Centro da Capital. Com batidas fortes a letra lembra: “MS Haiti fechou a conexão, duas línguas diferentes em só motivação”… Isso porque Besteman canta sua parte em Crioulo Haitiano (Kreyòl ayisyen) é uma língua baseada no francês.

“O mano do Haiti gravou a gente rimando e mandou para o amigo dele que fez o bit. Na hora ele já apoiou. Esse som ‘Bang Bang’ é para falar que a gente tá vivo no hip-hop. A gente é muito mais, a arte aqui é diferente. Essas ideias erradas de que a gente é da bandidagem, não é! O ‘Bang Bang’ mostra que a gente pode fazer conexões com Haiti, São Paulo, Goiás, Paraná, todo lugar. Através do hip-hop a gente pode tudo mano”, disse Fael.  Veja o clipe:

Com informações MS Notícias.

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