Internacional – 30/06/2012 – 17:06
O presidente do Paraguai, Federico Franco, ironizou neste sábado o fato de que seu governo “economizará” por não ter que participar de cúpulas após ficar suspenso do Mercosul e da Unasul.
O líder esteve hoje, com o vice-presidente, Oscar Denis, na inauguração do novo mercado popular de alimentos em Limpo, município próximo a Assunção, onde minimizou a importância do isolamento imposto por seus parceiros e afirmou que essa situação não influenciará o desenvolvimento do país.
“Não vai afetar de maneira alguma a atividade comercial interna do país”, disse, e brincou que sua ausência nas cúpulas dos blocos regionais lhe permitirá “economizar dinheiro” em “coquetéis” e “banquetes”, segundo a mídia online local.
Franco substituiu o ex-presidente Fernando Lugo, destituído no dia 22 após um julgamento político no Legislativo, que o considerou culpado por mau desempenho de suas funções.
O Conselho de Ministros presidido por Franco analisará a situação em uma reunião segunda-feira, de acordo com Denis.
Processo relâmpago destitui Lugo da presidência
No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Curaguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.
A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio – enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.
Fonte: Efa


