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terça-feira, 30 de abril, 2024

Em um mês, H3N2 fez uma vítima a cada 16 horas em Mato Grosso do Sul

Em 30 dias, o subtipo H3N2 da influenza A matou um sul-mato-grossense a cada 16 horas. Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), desde 21 de dezembro, data da primeira morte confirmada da doença em MS, até esta quinta-feira (20), 43 pessoas perderam a vida em decorrência da gripe. 

Em concomitância, o coronavírus vitimou 40 pessoas no mesmo período. Apenas nas últimas 24 horas, o Estado registrou 15 novos casos de H3N2 e três mortes. 

Até ontem, Mato Grosso do Sul possuía 296 hospitalizações notificadas da doença desde dezembro de 2021. A taxa de letalidade se configura em 14,5%, levando em conta os últimos sete dias.  

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, disse que, no momento atual, de epidemia de gripe atrelada à pandemia de Covid-19, existe uma forte resistência da população nos cuidados com a biossegurança e a vacinação contra ambas as infecções. 

O titular da SES reiterou que a aplicação das doses contra a gripe e o coronavírus está disponível para toda a população do Estado.

“Nós temos feito chamamentos para as pessoas fazerem os testes e a vacinação, é muito importante para termos o diagnóstico diferencial, tanto para H3N2 como para as outras viroses. Estamos enfrentando grande resistência das pessoas para a dose de reforço [contra a Covid-19] e para tomarem a dose contra a gripe”, salientou o secretário.  

Segundo a SES, 1.061.473 doses de vacina contra a gripe foram aplicadas em Mato Grosso do Sul até 30 de dezembro de 2021. O índice de cobertura vacinal é de 76,7%, abaixo dos 90% preconizados pelo Ministério da Saúde.  

A previsão do Instituto Butantan, responsável por fornecer as doses contra a influenza, é que o imunobiológico atualizado para a variante Darwin seja entregue em março.  

Resende pontuou ainda que os não vacinados representam a maioria dos pacientes alocados em vagas destinadas ao tratamento de síndromes gripais. “São pessoas que, quando chegam no leito de UTI, se arrependem de ter acreditado na anticiência e nas fake news”, ponderou.  

COVID-19

De acordo com o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda, apesar do crescimento de casos de H3N2 em MS, a variante Ômicron deve contribuir para que a Covid-19 se torne predominante nos quadros de síndromes gripais. 

“A nossa curva de contágio em MS ainda está em ascensão. Isso deve acontecer até a primeira semana de fevereiro, para só então começarmos a observar algum tipo de queda no número de casos”, afirmou.  

Para o especialista, as taxas de hospitalizações e de óbitos só devem regredir no fim do mês de fevereiro. “Se pegarmos mês a mês, a Covid-19 matou mais do que a H3N2. Então, não existe essa tendência da gripe preocupar mais que o coronavírus”, reiterou Croda.  

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Após um ano do início da vacinação contra o coronavírus, Campo Grande ainda tem 22,8 mil pessoas que não tomaram nenhuma dose dos imunizantes. 

A informação foi repassada ontem pela superintendente de vigilância em Saúde, Veruska Lahdo. Além disso, 74 mil campo-grandenses não tomaram a 2ª dose e 361 mil pessoas não receberam a dose de reforço.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), 674.833 pessoas tomaram a primeira dose, 642.824 a segunda e 283.170 a terceira dose. 

No Estado, o secretário Geraldo Resende alertou que metade do público preconizado para receber a segunda dose da Janssen, por volta de 56,4 mil pessoas, não compareceu às unidades de saúde. Ao todo, 4.910.437 doses foram aplicadas em MS desde 18 de janeiro de 2021, de acordo com dados da SES.

AUTOTESTE

Na semana passada, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica defendendo o uso do autoteste para Covid-19. Essa seria uma estratégia para aumentar o monitoramento da doença e diminuir a alta demanda por atendimento nos postos de saúde. 

Por ora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu maiores informações à Pasta sobre como funcionaria o autoteste. Esses esclarecimentos devem ocorrer em até 14 dias.  Para o infectologista Julio Croda, o autoteste para o coronavírus é benéfico à população. 

“Temos dificuldades de testagem no Brasil, e garantir acesso ao exame é fundamental, principalmente para as populações mais pobres. Além disso, será necessário um sistema de informação que permita ao usuário informar para os órgãos de vigilância que ele testou positivo, para que possamos monitorar a pandemia”, finalizou.

Informações do site Correio do Estado

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