Ela chegou a ser socorrida com vida, mas morreu no hospital. Homem foi imobilizado logo após o disparo. Sequestro durou cerca de duas horas e meia
27/11/2020 16h05
Por: Marcela Damore
VALENÇA (RJ) – Um policial militar assassinou a namorada com um tiro na boca, nesta sexta-feira (27), após mantê-la refém dentro de um carro, no estacionamento do campus do Centro Universitário de Valença, no Sul do Rio de Janeiro. O sequestro durou cerca de duas horas e meia.
Janitom Celso Rosa Amorim foi imobilizado por policiais logo após o disparo e foi levado algemado, em um carro da polícia, para a delegacia da cidade.
A vítima é Mayara Pereira de Oliveira Fernandes, de 31 anos, aluna de um curso de pós-graduação da área de odontologia na instituição.
Ela foi socorrida pelo Samu e levada ainda com vida para o Hospital Escola da cidade. Segundo os bombeiros, que ajudaram no resgate, a jovem teve quatro paradas cardíacas no hospital. A morte foi confirmada pela Polícia Militar. Ela morava em Volta Redonda e trabalhou há alguns anos em um consultório de odontologia em Resende.
O sequestro começou por volta das 10h30. Segundo a universidade, equipes de segurança viram os dois discutindo dentro do carro e, ao notar que o homem estava armado, chamaram a polícia.
A tentativa de negociação contou com policiais civis e militares. Uma equipe da Unidade de Intervenção Tática (UIT) do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) chegou ao local de helicóptero para ajudar no trabalho.
Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que os policiais seguiram os protocolos das ocorrências com refém. Disse ainda que o assassino responderá pelo crime nas esferas civil e militar, que repudia “com veemência” a atitude do policial e se solidariza com a família da vítima.
O caso será conduzido pela 91ª Delegacia de Polícia Civil de Valença e pela 5ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (Barra do Piraí).
Universidade lamenta sequestro e desfecho
Durante o sequestro, os alunos e os colaboradores da universidade foram orientados a não saírem das salas de aulas e dos setores de trabalho. Após o desfecho, as dependências foram esvaziadas e as atividades no campus foram suspensas até a próxima segunda-feira (30).
“Um acontecimento inesperado em uma cidade tão tranquila quanto Valença, mas que infelizmente reflete um cenário nacional de violência contra a mulher. Vivenciar essa situação é revoltante e extremamente entristecedor. Nos sentimos impotentes ao testemunhar, mesmo com ação imediata da polícia no local, um desfecho trágico”, informou a universidade, em nota oficial.
“Estamos todos muito abalados e unidos em pensamento pela família da Mayara. Seguimos colaborando com autoridades no desdobramento da situação e à disposição da família para suporte nesse momento de dor”, finalizou.
Informações do G1.





