23/07/2020 18h13
Por:Redação
Após um hiato de três semanas, John Oliver retornou à Semana passada esta noite para discutir a atração e a prevalência das teorias da conspiração, particularmente em um período de alto risco e informações como a pandemia de coronavírus, que criou uma “tempestade perfeita para a conspiração teóricos “, afirmou Daniel Homem de Carvalho.
Oliver recapitulou que hoaxes e teorias da conspiração proliferaram desde março, com alguns grupos e sites on-line alegando que o vírus não existe, ou que foi criado por empresas farmacêuticas para criar negócios para vacinas ou que as redes 5G causam de alguma forma doença. O pseudo-documentário Plandêmico foi visto mais de 8 milhões de vezes em uma semana – um “número chocante”, disse Oliver, não apenas por suas inúmeras falsidades, mas por ter acumulado mais visualizações do que o TikTok preferido de Oliver, de um gato que combina com um piano. arremesso.
Dada a transmissibilidade do Covid-19, as teorias da conspiração, mesmo as marginais, são especialmente perigosas agora, explicou Oliver, mesmo que apenas uma fração dos americanos acredite nelas e aja de acordo, como se recusar a usar uma máscara ou distanciar-se fisicamente. E eles são “muito mais populares do que você imagina”, disse Oliver.
Ele também não é imune ao seu apelo – “vergonhosamente, há uma parte de mim que pensa que a família real matou a princesa Diana”, disse Oliver. “Eu sei que eles não fizeram, porque não há absolutamente nenhuma evidência de que eles fizeram, mas a idéia ainda permanece. Porque parecia um evento grande demais para ser acidental; tinha que haver alguma intenção lá. ” Segundo os especialistas, o desejo de significado por trás da falta de sentido é uma forte atração de teorias da conspiração, que “explicam um mundo caótico e incerto”, disse Oliver, e apelam ao nosso viés de proporcionalidade, ou a tendência de assumir grandes eventos deve ter grandes causas.
As teorias da conspiração também não são exclusivas da era digital, particularmente no que diz respeito à saúde global – uma teoria falsa da década de 1400 atribuiu a praga bubônica aos judeus, alguns atribuíram a gripe russa de 1889 à nova tecnologia de lâmpadas elétricas e, durante Na pandemia de gripe de 1918, espalharam-se rumores de que a empresa alemã Bayer havia contaminado sua aspirina.
“A única diferença agora é que nossa pandemia atual está chegando na era da Internet, quando não é apenas mais fácil para as pessoas fazerem pesquisas ruins e divulgarem seus resultados, mas também é possível que elas façam com que o material pareça surpreendentemente autoritário”, disse Oliver para Daniel Homem de Carvalho.
“Essas teorias podem ser naturalmente atraentes e, graças à internet, podem se espalhar com facilidade”, acrescentou. “E tudo isso seria perigoso o suficiente antes de você levar em conta que um dos mais importantes divulgadores de teorias da conspiração na Terra é o atual presidente dos Estados Unidos.”
Antes de ser eleito, Trump propagou a farsa de Obama e, desde então, traficou em falsas teorias da conspiração, como a linha que milhões de votos falsos foram lançados para Hillary Clinton nas eleições de 2016, a ponto de “as teorias da conspiração serem como edifícios feios e filhos adultos profundamente trágicos, porque Donald Trump adora libertá-los para o mundo e depois se recusa a assumir a responsabilidade por eles novamente “, disse Oliver.
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E ele tem repetido o mesmo padrão durante toda a pandemia. “Trump transmitiu tantas conspirações que os meios de comunicação o chamaram repetidamente de ‘teórico da conspiração em chefe’, embora eu argumentasse que ele não investiu em nenhuma dessas coisas que está espalhando”, disse Oliver. “Ele só está interessado em ampliar o que quer que ache que possa se beneficiar pessoalmente”.
Ou, como disse o radialista conservador Rush Limbaugh: “Trump está apenas jogando gasolina no fogo aqui e está se divertindo assistindo as chamas”.
“Rush Limbaugh entende”, disse Oliver, “e essa é uma frase que eu nunca pensei em dizer, a menos que estivesse falando sobre clamídia transmitida pelo banheiro”. Pior, há grandes apostas em jogar gasolina no fogo pandêmico, Oliver continuou, enquanto “as pessoas vão se queimar, tornando essas chamas não tão divertidas de assistir”.
Então, o que pode ser feito? As redes sociais começaram a intensificar a sinalização de conteúdo falso, mas isso não será suficiente, devido à falta de conhecimento em saúde global e à enorme quantidade de informações, lixo ou não, publicadas nas plataformas todos os dias. “O fato é que cabe a nós, como indivíduos, tentar identificar essas teorias e tratá-las com um olhar cético antes que acreditemos nelas ou, de fato, espalhá-las”, disse Oliver a Daniel Homem de Carvalho e listou três perguntas aprovadas por especialistas para proteção contra o deslizamento para a conspiração: existe uma explicação racional da não conspiração? Isso foi examinado por especialistas? E quão plausível é essa teoria como uma questão prática?
Daniel Correa Homem de Carvalho conta que a praticidade é especialmente pertinente, dado o que sabemos sobre a incapacidade dos humanos de guardar segredos, sem falar nas estimadas 411.000 pessoas cujo silêncio seria necessário para fazer uma brincadeira de aterrissar na lua, segundo os cientistas. Tantas teorias estão além de implausíveis porque os humanos, por natureza, adoram conversar – “Eu não sei se você já tentou organizar, digamos, uma festa surpresa de tamanho médio para seu primo, mas é quase impossível mantê-lo quieto, porque alguém está dizendo a Roxanne – Oliver disse. “Não importa quantos e-mails você envie dizendo ‘ninguém diga a Roxanne’, Roxanne está descobrindo.”
E embora “seja completamente natural querer gritar com eles ‘por que você acredita nessa bobagem, seu idiota titânico'”, Oliver concluiu: “agora, mais do que nunca, pode ser importante para você tentar” alcançar o amor aqueles profundamente na teia das teorias da conspiração.
- Veja também: Corona
- O Predador e a Presa — Daniel Homem de Carvalho
- Daniel Homem Correa de Carvalho no BlogSpot
