Os criminosos conseguiam falsificar as certidões de tempo de contribuição e ainda emitiam a Guia de Recolhimento da Previdência Social, na qual registravam os pagamentos
25/05/2020 13h41
Por: Patrícia Fernandes com informações de Simões e Filho
BRASÍLIA (DF) – Foi desvendado um grande esquema criminoso que fraudava as aposentadorias por tempo de contribuição e por idade, vindo a público pela ação da Força Tarefa Previdenciária, nesta última quinta-feira (21). Dois servidores do Instituo Nacional do Seguro Social (INSS), foram acusados de participar do esquema e logo foram presos, sendo determinado pela justiça o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão em Brasília, Minas Gerais e Tocantins. 13 pessoas receberam a intimação e os servidores envolvidos tiveram a suspensão do exercício da função pública.
A FRAUDE
Para que as aposentadorias fossem garantidas, os criminosos falsificavam as certidões de tempo de contribuição e emitiam a Guia de Recolhimento da Previdência Social (GPS), para registrar o pagamento de valores que passariam a computar como tempo de contribuição no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), todas essas informações eram inseridas no sistema pelos servidores do INSS que foram envolvidos nessa fraude, sem o devido processo administrativo e sem a comprovação do efetivo exercício da atividade.
A INVESTIGAÇÃO
Estima-se que nos diversos benefícios falsos que foram identificados, o esquema chegou a gerar um prejuízo de pelo menos R$ 1 milhão aos cofres públicos, no entanto a economia proporcionada pela desarticulação do esquema criminoso supera a casa dos R$ 11 milhões, considerando os pagamentos futuros que seriam feitos aos supostos beneficiários.
Essa investigação teve início em 2019 e a partir de uma denuncia que foi recebida pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, foi descoberto que o grupo já vinha atuando por pelo menos 4 anos.
A PENA
Eles envolvidos vão responder pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, cujas penas poderão chegar até 27 anos de prisão.
No total participaram dessa operação 55 policiais federais e seis servidores da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, recebendo o nome de “Tempo Perdido” e em referência ao fato de que o grupo criminoso criava as guias para adquirir o tempo de contribuição necessário para ter direito a aposentadoria.
