Levantamento da Associação Brasileira de Psiquiatria revela ainda que mais da metade dos entrevistados também relataram desejo de isolamento ou de desaparecer
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) revelou que uma em cada quatro pessoas entrevistadas relatou ter tido pensamentos suicidas nos seis meses anteriores ao levantamento. Os dados, coletados por meio de questionário online, fazem parte das ações da campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção do suicídio.
O levantamento foi feito com adultos de todas as faixas etárias e das 27 unidades da Federação. Segundo a ABP, o objetivo é dar visibilidade aos sinais de sofrimento psíquico e ampliar o debate sobre saúde mental no Brasil.
Além dos pensamentos suicidas, mais da metade dos participantes relataram vontade de se isolar completamente ou desaparecer. Outros 25,2% disseram que “não se sentiam bem” no momento da entrevista e 30,9% afirmaram estar tristes ou decepcionados, mas ainda mantendo esperança de melhora.
Ajuda profissional e busca por atendimento
A pesquisa também avaliou a disposição das pessoas em procurar ajuda profissional. Mais da metade dos participantes (54,1%) disseram saber onde buscar apoio especializado, e 50,9% relataram já ter sido atendidos por psicólogo ou psiquiatra pelo menos uma vez. Para a ABP, isso representa um sinal positivo de maior conscientização e diminuição do estigma em torno da saúde mental.
No entanto, o acesso ao atendimento ainda é desigual. Apenas 31,6% dos entrevistados afirmaram que recorreriam ao Sistema Único de Saúde (SUS) caso precisassem de tratamento. Outros 50,9% disseram que buscariam atendimento particular e 33,8% mencionaram o uso de planos de saúde privados.
Setembro Amarelo
A campanha Setembro Amarelo, coordenada nacionalmente pela ABP em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), reforça a importância de buscar apoio psicológico e emocional diante de sinais de sofrimento intenso.
De acordo com o Ministério da Saúde, é essencial que pessoas com pensamentos suicidas conversem com alguém de confiança e não hesitem em procurar ajuda, tanto na rede de apoio pessoal quanto nos serviços de saúde.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito, anônimo e sigiloso, 24 horas por dia, por meio do telefone 188, além de chat, e-mail e voip pelo site www.cvv.org.br.
Canais de atendimento em saúde mental:
- Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita, 24h)
- Centros de Atenção Psicossocial (Caps)
- Unidades Básicas de Saúde (UBS)
- UPA 24h, SAMU 192 e Prontos-Socorros
- Hospitais gerais e psiquiátricos públicos
Com informações Agência Brasil


