13/10/2016 – Atualizado em 13/10/2016
A maior incidência de aparição do inseto acontece entre os meses de setembro e fevereiro
Por: Ana Carolina Kozara com fotos de Rádio Caçula
Pequenos e mortais, os escorpiões são insetos que causam temor na população e exige que as pessoas tenham atenção e tomem uma serie de precauções para evitar que o animal entre em suas residências e cause acidentes, que podem ser fatais.
O Coordenador de educação e saúde do município de Três Lagoas, Fernando Garcia, esteve nos estúdios da Rádio Caçula na manhã desta quinta-feira (13) e em entrevista concedida à equipe de jornalismo disse que nos estamos vivendo o período do ano em que existe a maior incidência de aparição destes insetos, isso porque é na primavera que os escorpiões se reproduzem e com a chegada do período de chuvas, estes animais tendem a sair de seus esconderijos, geralmente buracos e entulhos, e migrar para locais mais altos, por isso corriqueiramente entram nas residências.
Fernando ainda pontua que neste período existe a abundancia de alimento para os escorpiões, que ingerem outros insetos, e por este motivo a orientação é que se mantenha a casa sempre dedetizada.
TIPOS DE ESCORPIÕES EM TRÊS LAGOAS
Em Três Lagoas existe o predomínio de duas espécies de escorpiões, o Bothriurus, animal com um veneno um pouco mais fraco mas que pode levar um ser humano ao óbito dependendo do estado de saúde da vítima, e o Tityus serrulatus, conhecido popularmente como escorpião-amarelo – e é considerado o mais perigoso do país.
CARACTERÍSTICAS DO ANIMAL
O Bothriurus mede em torno de 3 centímetros e sua coloração varia do castanho mais escuro ao castanho mais claro, porem alguns exemplares desta espécie tem a cor amarelada.
O Tityus serrulatus, é maior, mede cerca de 7 centímetros, é amarelado com as costas acinzentada. O inseto tem uma reprodução muito rápida e causa infestação em muitos municípios do país, inclusive em Três Lagoas o índice da aparição deste animal tem aumentado muito.
Fernando falou da importância do cidadão, com todo o cuidado, capturar este animal e entrar em contato com a equipe de endemias do município, pois uma equipe do setor ira até o local onde aconteceu o caso e a região de aparição do animal será mapeada.
Caso a pessoa seja ferroada, levar o animal até o hospital junto com o paciente ajuda a equipe médica a realizar os procedimentos para o tratamento do paciente.
Contato do setor de endemias: 3929-1036
A REPRODUÇÃO
Ambas as espécies que tem no município, durante a sua evolução natural, aboliram a necessidade dos machos, por este motivo estes foram extintos e hoje s existem as fêmeas da espécie, que tem a capacidade de se autofecundar.
Estes insetos podem se reproduzir quatro vezes ao ano e em cada ciclo o animal gera cerca de 25 filhotes, ou seja a cada ano, um único escorpião gera 100 outros da mesma espécie.
De acordo com Fernando, existe a possibilidade de em um futuro não muito distante, tratarmos os escorpiões como uma praga urbana, da mesma forma que acontece com as baratas.
EM CASO DE ACIDENTES
Existe na cultura popular a crença de que em casos de acidentes envolvendo animais peçonhentos a realização de alguns procedimentos “caseiros” como a sucção do local da picada, o corte da pele ou a colocação de um torniquete antes de levar a vítima ao hospital podem retardar o avanço do veneno e salvar a vida da pessoa, mitos estes rebatidos por Fernando Garcia que afirma que o paciente deve ser levado imediatamente ao hospital.
De acordo com Fernando, a pele do ser humano possui diversos microvasos e no memento em que a pessoa é picada, o veneno entra em contato com a corrente sanguínea e já passa a circular no organismo, e a partir deste momento, apenas os procedimentos adequados podem salvar a vítima.
Na região do bolsão leste do Mato Grosso do Sul, o Hospital Auxiliadora é reconhecido como referencia em tratamento de casos de picadas de insetos peçonhentos e tem o soro para ministrar nos pacientes.
SINTOMAS DA PICADA DE ESCORPIÃO
Caso o paciente tenha sido picado e não conseguiu identificar o animal que causou o ferimento, este deve procurar imediatamente o hospital, pois no local a área do ferimento será analisada e de acordo com o padrão da perfuração é possível identificar se a picada foi realizada por um escorpião, uma aranha ou uma cobra.
Os sintomas do paciente que foi picado por um escorpião se assemelham aos de qualquer vítima de animal peçonhento e de acordo com o avanço do veneno apresentam os seguintes sintomas:
Dor intensa no local da picada
Dormência no membro
Dor de cabeça
Salivação
Vale ressaltar que estes sintomas variam de ser humano para ser humano
TRATAMENTO
O tempo de resposta deve ser o mais rápido possível, no momento que o paciente da entrada na unidade de saúde, vítima de picada de animal peçonhento o tratamento irá variar de acordo com o grau de evolução do paciente, geralmente o médico irá realizar o procedimento de bloqueio, que consiste na aplicação de uma anestesia local para aliviar a dor da região, algia esta muito intensa, em seguida o quadro será observado e a aplicação do soro será ministrada, e dependendo da situação, mais de uma ampola do medicamento pode ser necessária.
Fernando disse que procurando o Hospital rapidamente, dificilmente a pessoa terá algum problema serio, porem tudo depende da resposta do organismo da vítima.
GRUPO DE RISCO
Estudos realizados em Três Lagoas apontam que a maior incidência de picadas deste animal acontecem em crianças com idade entre 1 e 14 anos, grupo este considerado critico pois a sua massa corporal reduzida facilita a circulação do veneno e pode levar este grupo a sofrer consequências mais agudas e serias.
Se enquadram neste grupo os idosos, gestantes e pessoas que tenham baixa imunidade, como os portadores do vírus HIV ou que realizam tratamento de combate ao câncer.
CUIDADOS NO DIA A DIA
Fernando Garcia disse que para evitar que o animal entre nas casas é importante que o cidadão se atente às condições do ambiente ao redor de seu imóvel, pois o animal irá procurar locais que lhe propiciem uma situação adequada, por isso é indispensável que a população se atente aos 4 A’s:
Acesso – Impedir que o inseto tenho acesso à sua casa, por isso deve-se vedar as frestas das portas, janelas e “telar” os ralos, inclusive aqueles de vedação, pois no momento em que acontece a passagem de água, o canal é aberto e a queda do liquido no ralo assusta o animal que sobe e pode ocasionar o acidente.
Abrigo – Os escorpiões geralmente procuram locais com o acumulo de entulho para se esconder, por isso é importante manter tijolos, madeiras e telhas acumuladas nas proximidades da casa, pois estes locais são propícios para o abrigo dos insetos É importante que o entulho gerado com as construções receba a destinação adequada.
Alimento – Escorpiões de alimentam de outros insetos, por isso é importante que a casa seja dedetizada pelo menos uma vez ao ano. Fernando diz que em residências onde aparecem muitas baratas, a chance de aparecerem escorpiões aumenta.
Água – Todo o ser vivo necessita de água para sobreviver, porem esta variável é difícil de ser controlada, já que os escorpiões são capazes de absorver umidade até do orvalho da noite.
CASO RECENTE
No ultimo domingo (9) Jhenifer Kamily Garrutti, de apenas 10 anos foi picada por um escorpião e mesmo recebendo o soro para tratamento no Hospital Auxiliadora não resistiu ao veneno e acabou falecendo na noite do mesmo dia.
Fernando disse que de acordo com relatos de familiares da menina, o acidente aconteceu enquanto Jhenifer tomava banho quando o escorpião saiu do ralo do banheiro e foi em direção à menina que acabou sendo ferroada.
Assista a entrevista com o Coordenador de educação e saúde de Três Lagoas – Fernando Garcia
