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sexta-feira, 26 de abril, 2024

Escândalo nacional ronda empresas que atuavam em Três Lagoas

20/12/2014 – Atualizado em 20/12/2014

Operação “Lava Jato” pode ter ramificações em Três Lagoas (MS) na obra da UFN3

Por: Com informações de El Pais

Em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, um grupo de 6.000 funcionários que atuavam em mais uma obra da estatal foram dispensados após a suspensão unilateral do contrato de trabalho quando restavam apenas 18% para o término da fábrica de fertilizantes que construíam.

Além das obras terem sido contratadas pela mesma petroleira, as empresas responsáveis por tocá-las estão envolvidas em um dos maiores escândalos de corrupção dos últimos anos desbaratado pela Operação Lava Jato. A primeira construtora citada é a Iesa, a outra, a Galvão Engenharia.

Nos últimos meses, as empreiteiras brasileiras investigadas no esquema ilícito começaram a encontrar dificuldades financeiras e trabalhistas. Conforme as investigações, elas pagavam propinas a políticos e a dirigentes da estatal para conseguirem obras milionárias da Petrobras.

Parte desses pagamentos era disfarçado como doação de campanha eleitoral. Neste ano, as empreiteiras despejaram cerca de 200 milhões de reais para partidos e candidatos que disputaram as eleições para o Legislativo e o Executivo.

A crise na Iesa, que já decorria de um pedido de recuperação judicial, agravou-se com a operação policial que acabou com a prisão de dois de seus executivos. Internamente há quem diga que ela está perto de falir.

Na Galvão Engenharia (com um diretor preso), o problema foi a suspensão de uma obra quando ela estava próximo de ser concluída e a consequente demissão dos funcionários, que chegaram a bloquear uma rodovia como forma de protesto contra as demissões.

Na OAS, que viu cinco de seus funcionários serem detidos, a crise rendeu 60 demissões de funcionários administrativos e no desligamento de ao menos 1.000 operários. Além disso, ela já colocou à venda dois jatinhos que eram usados pelos seus executivos e estuda comercializar parte de seus ativos, como a participação em empresas que administram uma linha de metrô do Rio de Janeiro e o aeroporto internacional de Guarulhos (SP).

A mesma linha é seguida pela Engevix, com três detidos. Seus dirigentes estudam vender a participação no controle dos aeroportos de São Gonçalo do Amarante (RN) e de Brasília (DF). Com dificuldades em obter empréstimos para novas obras (a maioria dos bancos já duvida da capacidade de pagamento dos débitos), as empreiteiras começam a se articular em consórcios com vários parceiros para minimizar possíveis prejuízos.

Há movimentação judicial e política para lidar com o problema. No começo do mês, a presidente Dilma Rousseff recebeu os presidentes das centrais sindicais, que pediram a ela atenção com o caso dos trabalhadores demitidos. A proposta era que a Petrobras se comprometa a ressarcir os prejudicados. Trabalhadores da Iesa também foram à Justiça pedir o pagamento das multas rescisórias.

Clube

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Enquanto algumas das empresas lamentam as perdas, outras já tentam se livrar de uma dura punição que pode ocorrer caso seja comprovada a formação de um cartel para vencer as licitações da Petrobras. Quem puxou a fila dos delatores foi o grupo Setal, dirigido por Augusto Ribeiro de Mendonça Neto. Conforme o jornal O Globorevelou nesta sexta-feira, as seis empresas do grupo assinaram um acordo de leniência para minimizar suas penas.

Foi por meio das informações repassadas por Neto, que os investigadores descobriram a existência de um suposto clube formado pelas construtoras para ganhar os processos licitatórios da estatal. As empresas do grupo Setal pagarão 15 milhões de reais em multas para não serem incluídas no esquema de cartel.

Metade dos recursos voltarão para o caixa da Petrobras e a outra metade seguirá para o Fundo Penitenciário Nacional. Esse fundo é administrado pelo Ministério da Justiça e seus recursos são usados na construção de novas cadeias ou na promoção da política prisional brasileira.

O executivo também assinou uma delação premiada para ter sua pena pessoal reduzida. Ao lado do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, o empreiteiro Neto é considerado peça fundamental para montar o quebra-cabeça dessa mega esquema ilegal.

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