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Suspeito de participar de planejamento do massacre em Suzano se apresenta à Justiça

Rapaz de 17 anos também é ex-aluno da escola e teria colaborado com a elaboração dos crimes.

15/03/2019 10h30
Por: Gabriele Benati

O adolescente de 17 anos, que teria participado do planejamento do massacre da escola de Suzano (SP), foi levado na manhã desta sexta-feira (15) ao Fórum da cidade. De acordo com a polícia, ele também é ex-aluno da Escola Estadual Raul Brasil, e foi colega de classe de um dos assassinos.

No Fórum, o menor será ouvido num primeiro momento pelo promotor da Vara da Infância e Juventude. Em seguida, vai para a sala de audiência de apresentação (não é de custódia).

A partir daí, a juíza pode determinar a internação imediata ou o acompanhamento assistido.

Na tarde desta quinta-feira (14), o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que tinha pedido à Justiça a apreensão do jovem e aguardava decisão da Vara da Infância e Juventude.

Segundo a polícia, o material relacionado à participação do adolescente já tinha sido recolhido pelos investigadores.

O dono do estacionamento onde a dupla guardou o carro alugado para esconder as armas teria informado para a polícia sobre a participação de uma terceira pessoa, segundo o delegado.

Delegado-geral da Polícia de SP fala sobre as investigações do massacre de Suzano

“Ainda não confirmamos a informação, estamos submetendo a fotografia do adolescente ao responsável pelo estacionamento para confirmar. Temos outros dados que fazem crer que esse indivíduo participou pelo menos da fase de planejamento.”

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, mataram oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, na quarta-feira (13).

A investigação aponta que, depois do ataque, ainda dentro da escola, Guilherme matou Henrique e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um “pacto”, segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.

Cinco dos mortos são alunos do ensino médio, com idade entre 15 e 17 anos. Entre as vítimas, há ainda duas funcionárias do colégio, uma delas a coordenadora. O dono de uma loja de veículos próximo ao local, que era tio de um dos assassinos, foi morto pouco antes do ataque.

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Motivação

De acordo com Fontes, a investigação aponta que os autores do massacre esperavam reconhecimento da comunidade e aparecer na mídia: “Esse foi o principal objetivo, não tinha outro”, diz delegado.

“Não se sentiam reconhecidos, queriam demonstrar que podiam agir como [o massacre em] Columbine, nos Estados Unidos, com crueldade e com um caráter trágico, para que fossem mais reconhecidos do que eles eram”, afirmou o delegado.

Tal informação foi relatada à polícia por testemunhas próximas a Guilherme, que seria o líder da dupla. “Pessoas que estavam próximas dele e obtiveram essa informação diretamente dele”.

Para o delegado, a questão do bullying é pouco representativa, pois foi citada em apenas uma parte da investigação. A polícia trabalha com a questão do reconhecimento e vingança na motivação da morte do tio.
“Na realidade, ele estava se sentido não reconhecido pelo tio, apesar de o tio ter contratado ele para trabalhar na empresa, mas ter que demitir posteriormente, porque ele estava praticando pequenos furtos”, explicou o delegado.

Segundo a polícia, a investigação indica que eles não pretendiam fazer ataques em outras escolas. “Todo material colhido não demonstra que eles fariam ou tentariam fazer outros ataques em outras escolas”, afirmou o delegado.

Organização criminosa

Fontes também informaram que ainda não há nenhuma relação direta com a “deep web”.

“No momento não vamos revelar como era feita a comunicação. O que posso indicar é que a maioria das conversas deles eram pessoais, travaram poucas conversas através da internet. Não tenho nenhuma evidência, até o presente momento, de que eles estivessem consultando a ‘deep web’, para poder ter material suficiente para executar o que executaram”.

O Ministério Público (MP) apura se uma organização criminosa na internet está por trás do massacre na Escola Estadual Raul Brasil em Suzano. Outras linhas de investigação também são verificadas.

Um promotor do júri e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ambos do Ministério Público, querem saber se Guilherme e Luiz Henrique foram incitados ao crime por membros de um fórum na “deep web”, um segmento da internet que não pode ser encontrado por buscadores como o Google e onde podem estar redes e sistemas anônimos (entenda o que é “deep web”).

O Ministério Público atuará diretamente com ao Polícia Civil, que já investiga o caso e busca saber qual foi a motivação do crime. Se os órgãos apontarem alguém que tenha incitado os assassinos a cometerem o crime, essa pessoa ou grupo de pessoas poderão responder por organização criminosa ou até por participação na chacina.

Informações Site G1

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