15/04/2014 – Atualizado em 15/04/2014
De acordo com o diretor do presídio, Eidimar Prado, atualmente cerca de 160 custodiados trabalham e/ou estudam dentro da unidade penal
Por: Marco Campos com informações de Notícias MS e fotos de Keila Oliveira
Reeducandos da Penitenciária de Três Lagoas (PTL) estão trabalhando na produção de cadeiras de fio. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Empresa JB Cadeiras. Por meio do trabalho dos detentos, são produzidas por mês, em média, mais de duas mil peças, que são revendidas no setor atacadista.
No local trabalham atualmente 14 custodiados, que recebem entre R$ 1,40 e R$ 1,60 por cadeira produzida, além de remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados. Eles atuam desde o corte das barras que chegam inteiras à oficina, à montagem, solda e colocação dos fios.
O proprietário da JB Cadeiras, Baihar Alves Azambuja, comenta que decidiu utilizar mão de obra prisional após constatar as muitas vantagens. “Percebi que todos iríamos ganhar, eu com relação à redução nos custos da produção, e eles que teriam uma ocupação e receberiam por isso. É uma boa parceria”, destaca, revelando que também já contratou um interno que progrediu para o regime semiaberto. “Ele é responsável pela distribuição”, informa.
Preso há dois anos e quatro meses no estabelecimento penal, Antônio Paulino Leal, 52 anos, classifica a oportunidade de trabalho dentro do presídio como “algo muito positivo”. “Esse trabalho pra mim é tudo. Ganho minha remição e ainda um dinheiro para ajudar a minha família. Penso em sair daqui e reconstruir minha vida trabalhando com dignidade”, afirma.
Em visita à oficina de produção de cadeiras de fio da unidade prisional, o diretor-presidente ressaltou a importância de se qualificar e inserir os detentos no mercado profissional.
Conforme ele, a Agepen possui na atualidade 169 parcerias com empresas que oferecem oportunidade de trabalho a reeducandos dentro ou fora dos presídios. “Hoje temos cerca de 40% de nossos custodiados trabalhando. No regime semiaberto, alcançamos o índice de quase 90%”, detalha.
De acordo com o diretor do presídio, Eidimar Prado, atualmente cerca de 160 custodiados trabalham e/ou estudam dentro da unidade penal. Na opinião do dirigente, além de proporcionar meios para a reinserção social, oferecer trabalho, ensino e qualificação também contribui para a melhoria na disciplina dos reclusos.