23/07/2015 – Atualizado em 23/07/2015
Assista ao vídeo: Moradores reclamam de obra que está sendo realizada no Cinturão Verde
Por: Catia Mendes e Carlos Santos
Uma moradora do Cinturão Verde procurou a Redação da Rádio Caçula para contar a difícil situação que está vivendo. Segundo Sicara Aparecida Mendes e o marido Alonso Pereira da Silva eles tem um lote no Cinturão Verde e vivem dos produtos que cultivam nessa área. No local existe um grande número de famílias, que vivem do cultivo de hortas, que são vendidas na feira de Três Lagoas e nos comércios locais.
Segundo Sicara nos últimos dias foram informados por um funcionário da obra da construção da ponte sobre o Rio Paraná, entre Três Lagoas (MS) e Castilho (SP) com 1,3 quilômetros, na BR-262, que a estrada que dá acesso ao seu lote seria alterada e fechada, sendo assim eles ficariam sem entrada e saída e impossibilitados de escoar suas produções.
A equipe de reportagem da Rádio Caçula esteve na sexta-feira (24) no Cinturão Verde e entrevistou dois moradores que falaram também, que alguns lotes não terão mesmo acesso a pista que passará na frente de suas casas e afirmaram que cerca de 10 lotes que ficaram do outro lado da pista que está sendo feita foram prejudicados e como não foram informados pelos responsáveis da execução da obra sobre uma solução para o caso eles estão aflitos.
Cícero que tem um lote e uma residência em frente a essa pista disse que não poderá sair da sua casa para o outro lado “não dá para ir no postinho de saúde, levar criança na escola, buscar”, desabafou.
Verificamos que com o processo de terraplanagem a pista que “cortou o Cinturão Verde” ficou em um nível abaixo do lote do morador Cícero, como de mais uns 10 lotes, sendo assim, não é possível um veículo sair das propriedades para a pista sem uma rampa de acesso.
Segundo Antônio vai ter uma saída para as pessoas que moram nesses lotes, mas que essa saída ligará os lotes direto na pista da CESP e de lá o pessoal vai escolher se vai para o Jupiá, Vila Alegre, aumentando as distâncias. Em suas palavras, “nós estamos querendo que eles façam pelo menos um túnel para que nós possamos passar embaixo da pista, já que não passa carro grande, mas que passe carro pequeno e moto”.
A obra ainda não foi finalizada e está sendo executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), sendo assim, conversamos por telefone com o engenheiro chefe do departamento Milton Rocha Marinho e o questionamos sobre as vias de acesso do Cinturão Verde e ele nos esclareceu que elas foram alteradas, mas que isso não prejudicará os moradores locais.
Marinho disse que será construído um túnel por onde as pessoas poderão atravessar a pista e que isso contribuirá até mesmo com a segurança dessas pessoas, principalmente crianças, já que o local terá um trânsito grande de veículos, mas esse túnel só ficará pronto por volta de novembro. E que se reuniu com representantes do Cinturão Verde e os responsáveis pela execução da obra e que todas as questões levantadas sobre as alterações nas vias de acesso do local foram abordadas e resolvidas da melhor forma possível.
As obras da ponte sobre o Rio Paraná, entre Três Lagoas (MS) e Castilho (SP) começaram em outubro de 2011, com previsão de término em maio de 2015, mas sofreu alguns atrasos. Primeiro, pela auditoria realizada pelo TCU (Tribunal de Consta da União). Depois pela necessidade da adequação do projeto. No início as obras foram avaliadas em cerca de R$ 113 milhões e agora passam dos R$ 117 milhões.
Os lotes do Cinturão Verde foram ocupados por pessoas que obedeciam a alguns requisitos, como residir no município de Três Lagoas por pelo menos seis meses anteriores à época de cadastramento, apresentar certidão negativa de propriedade de imóvel rural, renda per capita de até um salário mínimo, entre outros. E por lei “o ocupante não pode vender, repassar, emprestar, ou locar o lote para outra pessoa, somente a Prefeitura decide a destinação do mesmo”.
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