17/04/2014 – Atualizado em 17/04/2014

Escola onde menino foi estuprado só tem um banheiro masculino compartilhado por crianças e adolescentes, denuncia pai

Pais de alunos que estudam em escola onde menino de 10 anos foi estuprado estão preocupados

Por: MS Record

Os pais de alunos que estudam na Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad, estão preocupados. A denúncia de estupro de um menino de 10 anos dentro da escola municipal, semana passada, chamou a atenção de muita gente para irregularidades como a falta de segurança e funcionários responsáveis pela supervisão dos alunos. Há um ano, o pai de um dos alunos da escola já havia denunciado que, no bloco onde o filho estuda, tem um único banheiro para meninos e que esse banheiro é compartilhado por crianças e adolescentes.

Um menino de seis anos, é um dos alunos da Escola Municipal Consulesa Maksoud Trad. Há aproximadamente um ano, segundo pai Flávio Welby Silva, a criança passou a compartilhar o mesmo bloco da escola com os adolescentes, e no local há apenas um banheiro para todos.

“Como eu já estudei nessa escola eu sei que só tem u banheiro tanto para os homens, como para as mulheres e ele está compartilhando esse mesmo banheiro com esses adolescentes e eu não acho prudente uma criança de seis anos ficar junto com um adolescentes usando o mesmo banheiro, é perigoso”, diz o pedreiro, Flávio Welby Silva.

O principal problema é que não há ninguém que supervisione as crianças dentro do banheiro. Algo que gerou insegurança na família, e Flávio foi reclamar à direção.

“Ela disse para mim: É pai nós não podemos fazer nada a escola só tem um banheiro e senhor tem que ter fé e eles não fizeram nada, porém a Semed sabia da situação que as crianças estavam vivendo, na situação de risco, a direção da escola sabia, a promotoria sabia, porque o documento está aqui”, diz o pedreiro.

Sem solução, o pai recorreu à promotoria da Infância e da Juventude. A denúncia foi protocolada pelo ministério público no inicio de 2013, mas Flávio diz que até agora nada foi resolvido.

Diante do caso de estupro ocorrido dentro da escola, em que uma criança de dez anos era abusada sexualmente por três adolescentes. O medo de que a situação possa se repetir com outros alunos aumentou ainda mais.

“Se aconteceu isso lá com essa criança pode acontecer com meu filho ou com qualquer outra criança, então eu pergunto o que vão fazer”, finaliza Flávio Welby Silva.

De acordo com promotor da vara da infância e da juventude, Sérgio Harfouche a situação está sendo investigada pelo órgão. E o problema descrito pelo pai, de que faltam funcionários para cuidar das crianças é algo recorrente na maioria das escolas.

“Reclamações de falta de pessoal em escoa pública é uma rotina eu identifiquei um pedido de providencia de um pai alguns meses atrás sobre essa escola e lá não falava sobre violência sexual ou qualquer violência nesse aspecto, falava sobre a falta de profissionais de educadores, de monitores de pátio, que cuidassem das crianças nas hortas dos intervalos e como demais reclamações nós encaminhamos para providencia”, explica o promotor da vara da infância e da juventude.

Harfouche disse ainda que a escola em questão, está inscrita no programa de combate a violência dentro das instituições de ensino, desenvolvido por ele, mas que nunca utilizou a estrutura oferecida pela promotoria para solucionar ou prevenir conflitos. E diante dos fatos ocorridos no local, eles vão analisar de quem é a responsabilidade.

“Quando uma criança está dentro da escola, ela é responsabilidade da escola, a que vai apurar qual o grau de responsabilidade, se houve omissão negligência ou qualquer outro tipo de participação que eu não acredito com esse desvio desse ato de violência a escola responde na proporção da sua prática”, finaliza Sérgio Harfouche, promotor da vara da infância e da juventude. (Com colaboração TV MS Record)