O diagnóstico obtido primeiramente, foi de que a criança estaria com bronquite e, desse modo, foi encaminhada para o Hospital Auxiliadora. Mas ainda na quinta, por volta das 13h30, a criança teve uma piora no quadro clínico e veio a óbito.
05/07/2019 17h17
Por: Mirela Coelho
TRÊS LAGOAS (MS) – Na manhã desta sexta-feira (05), a Prefeitura Municipal de Três Lagoas prestou esclarecimentos sobre o óbito de uma criança de cinco meses de idade ocorrido na quinta-feira (04) no Hospital Auxiliadora com suspeita de Gripe Influenza A.
Como relatado primeiramente pela Secretária Municipal de Assistência Social (SMAS) Vera Helena Arsioli, a criança é filha de uma haitiana e, devido a mãe não ter demonstrado o desejo de ficar com a criança, medidas judiciais foram tomadas e a criança foi acolhida em um lar de acolhimento do município.
Relatou ainda, que a progenitora estava grávida de gêmeas a princípio, mas durante a gestação um dos bebês faleceu e devido ao quadro clínico, foi necessária a realização do parto de emergência para a retirada do outro bebê. Após o nascimento, a mãe fugiu do hospital e, até o momento não foi encontrada.
Sendo assim, a criança foi acolhida em um dos lares de acolhimento, ficando desde o nascimento, ou seja, 5 meses, sob os cuidados da Secretaria Municipal de Assistência Social e do Acolhimento Infantil.
“Por ser uma criança prematura, apresentou desde o nascimento problemas de saúde, dentre eles problemas respiratórios e algumas deficiências, mas durante todo o tempo em que esteve no acolhimento foi prontamente atendida e acompanhada por médicos e fisioterapeutas”, destacou Arsioli.
Porém, na quinta-feira (04), a bebê teve alguns problemas respiratórios e foi necessário o encaminhamento para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, devido à gravidade, foi encaminhada para o Hospital Auxiliadora para maiores cuidados.
Devido ao quadro respiratório apresentado, foi levantada a suspeita de ser um caso de H1N1, e o que também corrobora, é o fato que devido ao tempo de vida (5 meses) não estar dentro do grupo prioritário para a vacinação contra Gripe Influenza A H1N1.
O ACOLHIMENTO NO ABRIGO
O diretor de Proteção Social Especial Luis Fernando Tondeli Fochi, durante a entrevista, descreveu resumidamente todos os procedimentos que envolvem o acolhimento de uma criança ou adolescente, desde a denúncia a determinação da Justiça.
“Foi recebido uma determinação que a criança em questão deveria estar sob a responsabilidade da Secretaria de Assistência Social vinculada ao acolhimento e assim foi feito. Sendo assim, no momento em que a criança ou adolescente é inserido no acolhimento há protocolos que precisam ser seguidos rigorosamente”, descreveu o diretor.
Dentre as providências de responsabilidade da Assistência Social esta a obtenção da documentação da criança ou adolescente (Certidão de Nascimento, CPF, RG), carteira de vacinação, escola, inclusive quanto a Saúde.
“Vários protocolos precisam ser seguidos a partir do acolhimento de uma criança. Todo o acompanhamento é registrado, relatado e enviado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário”, relatou Fernando.
O diretor descreveu o ocorrido como uma fatalidade, mas destacou que todos os protocolos necessários e previstos foram seguidos rigorosamente. E frisou que mesmo a criança tendo todo o atendimento necessário, houve uma piora no quadro respiratório e, como estipulado pelo protocolo, a mesma foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para as providências cabíveis.
O diagnóstico obtido foi de que a criança provavelmente estaria com bronquite e desse modo, foi encaminhada para o Hospital Auxiliadora. Mas ainda na quinta, por volta das 13h30, a criança teve uma piora no quadro clínico e veio a óbito.
“O prontuário médico ainda está sendo aguardado para que todos os procedimentos realizados sejam minuciosamente revistos, mas em conversa com a médica responsável pelo caso, há a suspeita que seja H1N1. E com isso, material foi coletado e enviado para Campo Grande para ser analisado pelo LACEN. O prazo para a entrega do resultado é entre sábado e domingo”, afirmou o diretor da SMAS.
“Toda criança que é acolhida é através de uma determinação da Justiça tem uma determinação do Poder Judiciário com a manifestação do Ministério Público tem toda uma legalidade por trás e quando é recebido uma determinação para o acolhimento de uma criança ou adolescente ela deve ser cumprida”, reafirmou Fernando.
ACIONAMENTO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
A Coordenadora da Vigilância Epidemiológica Adriana Spazzapan, também relatou sobre o acionamento do setor pelo Hospital Auxiliadora devido a suspeita de Gripe Influenza A.
“O setor foi informado pelo hospital que havia uma criança que estava internada com quadro respiratório instalado que evoluiu levantando a suspeita da possiblidade de ser H1N1”, relatou Adriana.
Frente à possiblidade de mais caso de Gripe Influenza A, o protocolo foi seguido e a coleta de material foi realizada pelo hospital e o enviada para análise no LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública ) em Campo Grande (MS).
Explicou ainda, que foi solicitado prioridade na análise devido a paciente estar internada. Porém, mesmo com o óbito, ainda é de grande expectativa o resultado, pois há a necessidade de fechamento do diagnóstico.
Relatou ainda que a Vigilância esteve no lar de acolhimento da criança, funcionários foram ouvidos, e as carteiras de vacinação das crianças acolhidas foram checada e, nada fora do protocolo foi observado.
“Nessa época do ano, aumenta mesmo as doenças respiratórias e, muitas pessoas podem vir a óbito devido a doenças respiratórias. Pode ser devido a vários tipos de vírus ou bactérias, pode até ter sido uma bactéria que tenha causado o óbito da criança”, comentou Adriana.
Ilustrou ainda, que neste momento, todos estão aguardando o resultado do exame para o caso seja concluído e seja determinada a real causa da morte do bebê.
Salientou ainda que durante a visita no lar de acolhimento foi realizado reforço nas orientações quanto etiqueta respiratória e os cuidados que devem ser tomados com as crianças.
Frente ao questionamento sobre a criança não estar vacinada, Adriana confirmou a não vacinação, mas ilustrou que é devido a uma determinação do Ministério da Saúde, onde a determinação é que somente crianças a partir de 6 meses podem receber a imunização contra Gripe Influenza A.
Da redação com informações da assessoria da Prefeitura de Três Lagoas