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quinta-feira, 28 de março, 2024

Novembro Azul busca conscientizar homens sobre câncer de próstata

O câncer de próstata é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas.

31/10/2018 10h25
Por: Laís Eger Penha / Por Correio do Estado

Outubro foi o mês dedicado às mulheres para a prevenção contra o câncer de mama, durante a campanha Outubro Rosa. Agora é a vez de os homens se precaverem contra o câncer de próstata, com a campanha Novembro Azul. Tipo mais comum entre os homens, o câncer de próstata é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. Somente entre 2016 e 2017, 61,2 mil novos casos foram estimados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A cada hora, sete homens recebem o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil, de acordo com as estimativas de incidência do Inca para 2018 (68.220 casos/ano).

Em todo o País, a Sociedade Brasileira de Urologia promoverá ações variadas a partir do dia 1º de novembro. Em Campo Grande, várias ações também estão agendadas (leia ao lado).

Aspectos culturais, como o machismo, já tiveram muito mais impacto no diagnóstico e controle da doença há alguns anos, muitas vezes, associada com a perda da virilidade. Mas o cenário vem mudando recentemente.

“Ainda existe um pouco de resistência, mas bem menos do que tínhamos anos atrás. Isso, graças ao aumento da informação, à conscientização da importância da prevenção e por influência de família e amigos. Além disso, há o aumento da expectativa de vida dos pacientes, o que leva a mais chances de ter problemas de próstata: quanto mais idade, maior o problema. Assim, em busca de mais saúde, aumentou a frequência das visitas ao médico”, explica o urologista João Juveniz, atual diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Secção MS.

Patologias

Do tamanho de uma castanha e localizada abaixo da bexiga, a próstata tem como principal função produzir uma secreção fluida para nutrição e transporte dos espermatozoides. Ao longo da vida, a glândula pode desenvolver três doenças: a prostatite (inflamação), a hiperplasia prostática benigna (HPB) – crescimento benigno – e o câncer.

A prostatite chega a atingir cerca de 30% dos homens e pode causar ardor ou queimação ou um desconforto junto ao orgasmo, esperma de cor amarelada, vontade frequente para urinar etc. Entre as principais causas da doença estão as uretrites, como a gonorreia, após relacionamentos com parceiras com infecções ginecológicas e ainda após relação anal sem preservativo.

A hiperplasia caracteriza-se pela multiplicação benigna das células prostáticas. Quando isso acontece, o aumento da próstata comprime bexiga e uretra e provoca dois sintomas. O primeiro é a dificuldade para urinar. A pessoa é obrigada a fazer esforço para vencer a passagem comprometida pela compressão da glândula, o jato urinário fica mais fino e perde a potência. O segundo é a redução da capacidade de a bexiga reter urina. Quem tem hiperplasia de próstata urina com maior frequência, especialmente à noite, o que pode comprometer a qualidade do sono.

A hiperplasia é uma lesão benigna e aparece a partir dos 40 anos. Já no câncer de próstata, as células prostáticas perdem a inibição, crescem e invadem os tecidos vizinhos. O câncer é um processo maligno que traz consigo uma série de outros problemas.

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Segundo o urologista João Juveniz, o câncer de próstata é indolente. “Ele começa a dar sintomas quando está mais avançado, e o local mais comum do surgimento é na periferia da próstata. Ele não causa sintomas em seu estágio inicial, por isso, é importante a prevenção e o diagnóstico precoce. Quando algum sintoma aparecer significa que está em estágio avançado”, explica.

Exames

O diagnóstico do câncer de próstata é feito de duas formas: pelo toque retal e pelo exame de sangue chamado PSA (antígeno prostático específico), uma proteína que só a próstata produz e que se eleva muito nos casos de câncer.

Na cabeça dos homens, existe a fantasia de que o exame de PSA é suficiente para o controle preventivo do câncer. Na realidade, não é. Um exame não exclui o outro. Ao contrário, um complementa o outro na realização do diagnóstico. E, segundo o urologista, existem outros exames complementares.

“Rotineiramente são pedidos exames gerais, não apenas para detectar o câncer de próstata. São eles o de sangue, ultrassom, de urina, de fezes e cardiológico simples. Nos pacientes elegíveis para o preventivo de próstata, sugerimos outros. Fazemos com pacientes acima de 50 anos de idade e, no paciente que tem um antecedente de câncer de próstata na família, começamos a partir dos 40 anos. Lembrando também que a raça negra está mais predisposta a ter este tipo de câncer”.

Tratamento

Com o aumento do conhecimento sobre a doença nos últimos anos, o tratamento evoluiu. “Podemos fazer o tratamento mais ou menos invasivo. Há variáveis que nos permitem avaliar se tem mais ou menos chance de progredir”, explica João Juveniz. Há tratamentos que não precisam de cirurgia, com congelamento da parte do tumor; há terapias ablativas, feitas ambulatorialmente; “e, ainda, cirurgias minimamente invasivas por videolaparoscopia, robótica, que vieram nos auxiliar extremamente. Além de medicações nos casos mais avançados, para prolongar a vida do paciente e qualidade de vida”.

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