08/08/2017 16h06
Mais de 1,1 mil animais morreram em menos de uma semana; milho pode ter infectado rebanho
Por: Valdecir Cremon
A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro) está investigando, desde o final de semana passado, a morte de 1,1 mil cabeças de gado em uma fazenda de confinamento, em Ribas do Rio Pardo. O prejuízo foi de R$ 2 milhões.
A suspeita é de que os animais que praticamente prontos para o abate, tenham sido contaminados por toxina botulínica contida em alimentos, como milho de silagem. Funcionários da fazenda Monica Cristina, que pertence à empresa Marca 7, de Araçatuba (SP), estranharam o aspecto do alimento.
Amostras da silagem e vísceras dos animais foram recolhidas por técnicos da Iagro e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que acompanharam o caso desde o comunicado feito pelo pecuarista Persio Ailton Tosi, dono dos animais.
As mortes começaram a ocorrer na quarta-feira (2), dois dias antes da comunicação de Tosi. Os animais foram enterrados na fazenda, em valas com 4 metros de profundidade, por orientação de técnicos da Iagro e do Ministério da Fazenda, segundo informação dada pelo pecuarista em nota emitida nesta terça-feira. (leia abaixo)
A suspeita foi reforçada com os sintomas apresentados pelos animais: andar cambaleante, paralisia dos membros posteriores e depois dos inferiores, até a parada cardiorrespiratória. Funcionários da fazenda filmaram animais agonizando.
O resultado dos exames nos materiais colhidos deve ser divulgado nesta semana.
NOTA DA FAZENDA MARCA 7Confinamento de bovinos, na Fazenda Monica Cristina, em Ribas do Rio Pardo, de 02 a 05 de agosto teve ocorrência de mortes, mais de 1.000 bois confinados. No momento, as mortes estabilizadas, contagem final ainda sendo apurada. Propriedade organizada, com 42 anos na atividade pecuária, é uma de cinco fazendas, assistidas por três médicos veterinários, responsáveis pela nutrição e reprodução de todo rebanho. De imediato foram requisitados, professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, na área de clínica e patologia, comparecendo ao local, em diversas visitas, examinando todo rebanho, coletando material para pesquisa em laboratório, que possa identificar a causa da mortalidade. A IAGRO foi notificado diretamente na pessoa do Presidente dr Luciano Chiochetta e na Delegacia Federal de Agricultura, o superintendente Celso Martins. Todas providências pertinentes foram tomadas, em irrestrita obediência aqueles órgãos, enterrando os animais, em valas de 4 m de profundidade, em verdadeira operação de guerra, trabalho completado no último sábado, 05 de agosto pp. Todos animais da propriedade, e especialmente aqueles do confinamento já tinham sido vacinados individualmente no tronco de contenção, em obediência ao que determina o Ministério da Agricultura. As operações de confinamento na marca 7 Pecuária repetem-se já por 11 anos, com muita eficiência e respeito a sanidade e ao meio ambiente. A fazenda produz 80% dos animais na categoria de novilho precoce, colaborando para produzir no Mato Grosso do Sul, a melhor carne do Brasil. É caso isolado, não há o que preocupar-se em termos de doença desconhecida ou qualquer epidemia. Suspeitas clínicas são de botulismo, entretanto é prematuro antecipar-se aos laudos de laboratório e diagnóstico dos técnicos convocados.