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Casos aumentam 88% e epidemia de sífilis se alastra na Capital

Em apenas um ano, número de notificações da doença teve crescimento superior a 80%

17/01/2019 10h13
Por: Sizenando Mendes

Campo Grande passa por uma explosão de casos de sífilis. Transmitida de uma pessoa infectada para outra, principalmente durante o sexo desprotegido, a doença atingiu 3.312 pessoas na Capital, somente no ano passado, e já é considerada uma epidemia. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) e também mostram que, de 2017 para 2018, houve um aumento de 88,50% no número de casos diagnosticados.

Conforme a chefe do Serviço IST/Aids da Sesau, Denise Leite Lima, o principal motivo para o aumento nos casos está na falta de prevenção, e os mais afetados são os jovens de 15 a 34 anos e os idosos, que aparecem como a faixa etária em que a incidência da doença mais cresceu. “Realmente as pessoas não estão se prevenindo, não estão usando o preservativo em nenhuma das relações. A gente bate na tecla do uso correto do preservativo em todas as relações, mas as populações jovem e idosa têm dificuldade de entender que precisa se prevenir. Os jovens porque ainda não se atentaram aos riscos do sexo sem proteção e os idosos por questões culturais, muitas vezes machistas”, considera.

Porém, não é só no sexo desprotegido que acontece a transmissão da doença. A sífilis é infecciosa, causada pela bactéria Treponema pallidum, e também é transmitida por meio de transfusão de sangue ou de uma mãe infectada para o bebê, durante a gestação ou no parto. Em Campo Grande, os casos em gestante aumentaram 20%.

“A gestante é nossa grande preocupação, porque se não tratada logo no início da gestação, ela passa da mãe para a criança. Por isso, a nossa orientação é que a mulher que já sabe que está grávida procure uma unidade de saúde e inicie o tratamento. Porque se a sífilis não for tratada, o bebê pode nascer com malformação e pode levar a um aborto”, explica.

É o caso de um bebê de apenas sete dias de vida, internado na Maternidade Cândido Mariano. A criança nasceu com a doença, porque a mãe, que é usuária de drogas, não seguiu o pré-natal regularmente. “Muitos bebês passam dez dias internados, recebendo tratamento por meio de injeções, para curar a doença. É muito doloroso, por isso é importante que a mãe procure fazer um teste rápido o quanto antes descobrir a gravidez e continue com a prevenção e tratamento até o fim da gestação”, diz Lima.

Durante a gestação, o teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.

SINTOMAS

A sífilis pode se manifestar em três estágios e os principais sintomas ocorrem durante as duas primeiras fases da doença, período em que é mais contagiosa. O primeiro sintoma é uma ferida que não sangra e não dói. Que surge após o contato direto com a ferida de sífilis de outra pessoa. Esta ferida pode demorar de 3 a 12 semanas para aparecer e quando é friccionada libera um líquido transparente.

A ferida tende a desaparecer sozinha, sem nenhum tratamento, mas isto não representa que a doença foi curada, pelo contrário, que está avançando para a segunda fase da sífilis, quando o comprometimento ocorrerá na pele e nos órgãos internos, já a bactéria se espalhou pelo corpo.
O terceiro estágio pode não apresentar sintomas, e, por isso, dá-se a falsa impressão de cura da doença.

DIAGNÓSTICO

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O exame para detectar a sífilis está disponível para a população em geral em todas as unidades básicas de saúde (UBS) e de saúde da família (UBSF), além dos Centros de Apoio Psicossocial Álcool e Droga (CAPS) e do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), além de hospitais. A Sesau também conta com uma unidade móvel, que percorre festas, bares, praças e demais locais com grande circulação de pessoas.

Informações do site Correio do Estado.

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