27/01/2015 – Atualizado em 27/01/2015
Por: Conjuntura econômica
Derrotado em sucessivos pleitos, incluindo a prefeitura de Campo Grande e o governo de Mato Grosso do Sul, o PMDB deve ganhar sobrevida a partir da ascensão do deputado estadual Júnior Mochi, na iminência de assumir o comando da Assembleia Legislativa.
Ex-líder do Governo de André Puccinelli (PMDB), Mochi encabeça a chapa de consenso que concorrerá à eleição da Mesa Diretora da Casa em 1º de fevereiro.
A leitura que se faz é que o partido do ex-governador tem tudo para se fortalecer politicamente, isso porque irá controlar um dos maiores orçamentos do Estado — R$ 220 milhões anuais — a partir do mês que vem com a abertura da legislatura que terá início este ano.
A partir desta data, o PMDB terá a maior representatividade no Poder Legislativo. Além de Mochi, integram a bancada majoritária os deputados Maurício Picarelli, Marquinhos Trad, Antonieta Amorim, Eduardo Rocha e Renato Câmara.
Para analistas, controlar o legislativo com o auxílio de outros partidos, como o PT, que conta com quatro parlamentares – Amarildo Cruz, Cabo Almi, João Grandão e Pedro Kemp – é um grande trunfo para um grupo político que sentia o esfacelamento iminente após várias derrotadas seguidas no Estado.
Além de perder uma hegemonia de mais de duas décadas na Capital, quando o deputado federal licenciado Edson Giroto foi derrotado por Alcides Bernal (PP), e o controle do governo do Estado com o fracasso de Nelsinho Trad, o PMDB perdeu ainda a disputa pelo comando da Assomasul (Associação dos Municípios de MS), vencida pelo prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo (PDT), à época do PSDB.
Enfraquecidos após as eleições para o governo do Estado e percebendo chances remotas em nova eleição à Presidência da entidade municipalista, os peemedebistas foram obrigados a compor, abrindo mão de enfrentar o prefeito tucano de Nova Alvorada do Sul, Juvenal Neto, ligado ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
No entanto, ao continuar pela quinta vez consecutiva no comando da Assembleia – quatro sob a presidência do deputado Jerson Domingos — o PMDB demonstra força e poder de barganha para garantir mais espaços políticos no cenário político estadual.
A primeira prova de fogo ocorrerá o ano que vem, quando o partido de André Puccinelli voltará às urnas para tentar reeleger a maioria de seus cerca de 20 prefeitos, além de vereadores, e eleger novas lideranças politicas na Capital e no interior.
*** RACHA ***
Apesar dessa conquista, há interpretações distintas a respeito do futuro do PMDB no Estado. Uma das quais, indicam que o partido seguirá rachado rumo às próximas eleições municipais.
Descontentes com o grupo alegando falta de apoio de alguns de seus correligionários, inclusive de André Puccinelli, os irmãos Nelsinho Trad e Marquinhos Trad, ensaiaram publicamente deixar o grupo.
Informações extraoficiais dão conta que o ex-prefeito se articula para controlar o PTB em MS, enquanto o deputado estuda convite para migrar para o PSD, do empresário Antônio João Hugo Rodrigues.
Nelsinho também teria espaço no PSB, do prefeito de Dourados, Murilo Zauith