29/06/2017 17h39
Por: Silvio Domingos
Nada de caminhada, bicicleta, ginástica ou playground para as crianças. A principal atração da Lagoa Maior no final da tarde desta quinta-feira (28) foi a captura do terceiro jacaré-de-papo-amarelo.
A Policia Militar foi acionada e isolou o local, impedindo a aproximação das pessoas e fez o monitoramento do trânsito, já que muitos veículos paravam ou diminuíam a velocidade para ver a captura do animal, em frente a Biblioteca Municipal Rosário Congro.
Segundo o secretário de Meio Ambiente e Agronegócio, Celso Yamaguti, dos 15 jacarés que habitam a Lagoa Maior, serão um total de quatro de tamanho maiores levados para a Reserva Particular do Patrimônio Natural [RPPN] em Cisalpina que fica na cidade de Brasilândia.
Ele afirma que remoção é uma forma de evitar acidentes com crianças e animais de estimação, além de proteger os próprios jacarés-de-papo-amarelo. “Tememos pela segurança da população, principalmente de crianças e animais de estimação que usam o local como ponto de lazer”, disse.
O secretário explica ainda que o lugar tem 6.261,75 hectares de área protegida, além de contar com extensa várzea inundada periodicamente, formada por um complexo de sistema de lagoas, córregos e canais interligados entre si. “Outro ponto positivo, é que essa espécie já ocorre nesse local, ou seja, o ambiente é propício para a sobrevivência e desenvolvimento deles”, explicou Celso.
No entanto nem todos concordam. Como é o exemplo do vereador Marcus Bazé (DEM) que manifestou sua opinião na sessão camarária de terça-feira (27). “Eu faço parte do grupo que não ficou feliz com a decisão da retirada dos jacarés. Ouvi falar que os jacarés iam cometer crime podendo até matar uma criança, mas acho que quem vai morrer agora, são eles”, disse o vereador.
Bazé ressaltou que a reserva Cisalpina fica perto de muita pesca predatória, muita depredação e são mais de 600 alqueires de lagoas e lagos e esses jacarés são animais dóceis já acostumados com a presença do ser humano. “Fico triste, mas entendo os motivos. Esperava uma outra atitude como de cercar a Lagoa. O que não aconteceu”, lamentou o vereador.
Capivaras
Celso Yamaguti explica ainda que as capivaras do local também receberão uma atenção especial em um futuro próximo. No momento, a SEMEA está realizando a contagem dessa espécie, sendo que no último senso mensal foram contabilizados 160 animais (120 adultos e 40 filhotes).
“Como não vamos retirar todos os jacarés, ainda terá um controle natural das capivaras, mas entendemos a necessidade de visualizar essa situação também, porém faremos de maneira legal e que não prejudique o desenvolvimento da espécie”, ressaltou Celso.
Em relação ao cercamento da Lagoa Maior, o secretário afirma que será analisado com cuidado, pois pode não ser a melhor opção, haja vista que se esse método for aplicado na parte interna da pista de caminhada os locais de pastagem ficarão extremamente reduzidos e se o mesmo for feito na parte externa na lagoa, não protege os animais de ter contato direto com a população que frequenta o local.
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