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quarta-feira, 24 de abril, 2024

Saída do Reino Unido da União Europeia não deve influenciar balança comercial três-lagoense

29/07/2016 – Atualizado em 29/07/2016

Por: Assessoria de Imprensa

A opção por deixar a União Europeia venceu por 51,9% a 48,1%, abalando mercados financeiros e o comercio internacional

A proposta do Núcleo de Pesquisas Econômicas de Três Lagoas-NPE/TL por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico é elencar variáveis que sejam pertinentes ao desenvolvimento econômico e industrial do Município.

Portanto, é preciso entender o termo Brexit: a contração popular da expressão em inglês “britain” (Grã-Bretanha) e “exit” (saída). O mundo assistiu apreensivo à decisão do povo britânico, em plebiscito realizado no dia 23 de Junho, pela saída da União Europeia, do bloco político e econômico que atualmente congrega 28 países e ao qual aderiram em janeiro de 1973.

A opção por deixar a União Europeia venceu por 51,9% a 48,1%, abalando mercados financeiros e o comercio internacional de uma forma geral. Agora o que resta são muitas perguntas sobre o futuro socioeconômico mundial e desta maneira, como a saída do Reino Unido da União pode interferir na economia de Três Lagoas.

TABULEIROS INTERNACIONAIS E TRÊS LAGOAS

Nos últimos anos, Três Lagoas tem se destacado enquanto produtor e exportador de commodity celulose. Analisando as exportações do município, ano de 2015, pode-se observar que cinco dos onze principais destinos das exportações são para países europeus e membros da União Europeia, portanto, o bloco é um importante parceiro comercial do município. Na análise por países do bloco destacam-se como principais parceiros com maior representatividade na pauta de exportação: Itália (US$ 224 milhões, 19,8%) Países Baixos (US$ 126,3 milhões, 11,16%); Espanha (US$ 24,3 milhões, 2,15%); França (US$ 14,8 milhões, 1,31%) e Reino Unido (US$ 14,7 milhões, 1,30%).

Desta forma, o núcleo realizou uma pesquisa relativa, as relações de comércio exterior e configuração da balança comercial entre o município e a União Europeia e, em específico com o Reino Unido. Para isso, levou-se em consideração os dados e informações disponíveis no Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (SEMADE). Os dados foram obtidos sobre operações de importação e exportação realizadas no Município de 2006/2015. E no primeiro período entre Janeiro/ Maio de 2016.

Nessa análise, os dados apontam a União Europeia como um dos principais parceiros comerciais do município. No período auferido Janeiro/Maio de 2016 é o segundo mercado de destino das exportações de Três Lagoas (US$ 160,5 milhões), ficando atrás apenas do mercado Asiático (US$ 234,8 milhões).

O declínio econômico britânico, de certa forma inevitável em curto prazo, não deve contagiar diretamente a economia de Três Lagoas, uma vez que se exporta para os britânicos apenas 1,3% do que é vendido no mundo todo e compra-se um valor irrelevante das nossas importações totais. Uma base tão pequena de volumes em jogo blinda a economia regional que tampouco mantém intenso fluxo comercial com a Grã-Bretanha e a Irlanda do norte.

Na contramão deste intenso fluxo comercial, com o bloco está o Reino Unido, que vem diminuindo sua participação nas exportações ano após ano, a parte das exportações do bloco que cabem ao Reino Unido é de apenas 4%, cerca de US$ 4,4 milhões, participação esta que já chegou a ser 16% em 2012. Admitindo-se a pequena participação do Reino Unido nas exportações, nenhuma grande mudança acontecerá na economia industrial três-lagoense com a sua saída do bloco europeu.

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UNIÃO EUROPÉIA E A ECONOMIA EXPORTADORA TRÊS LAGOENSE

A posição de destaque que a União Europeia apresenta na balança comercial três-lagoense é indiscutível, sobretudo a partir de 2008, a explicação para o aumento das importações neste período reside no fato da necessidade das importações de maquinários de alto valor agregado e tecnologia de alguns países, dentre eles a Alemanha e a Finlândia, ambos integrantes da União Europeia, a fim de viabilizar a modernização da unidade industrial da Fibria, o volume das importações passam de US$ 39.757,116 milhões em 2008 para US$ 324.390,720 em 2009, configurando uma variação de 716%.

Desta maneira destaca-se ainda, o expressivo crescimento do volume importado no período de 2011 a 2013 em que as exportações emergem como resultado de todo o investimento no setor.

Os volumes destinados aos países do bloco saltam de U$ 957 mil em 2008 para quase U$ 454 milhões de 2010, significando um aumento de 47.300%. A redução das exportações para a União Europeia nos dois anos subsequentes está relacionada à crise econômica do continente, já em 2013 as exportações não apenas recuperam os números de antes, bem como chega ao seu apogeu no ano de 2014.

A União Europeia configurou-se como o maior parceiro comercial da cidade de 2010 até 2012, chegando a atingir o percentual de 68% de participação nas exportações de Três Lagoas no ano de 2010, a partir de 2012 a Ásia torna-se o maior comprador dos produtos exportados. Sendo assim, o bloco europeu passa a ser a segunda principal região geográfica em aquisições de produtos, com compras de US$ 416,5 milhões, 11,3% menor que as do ano anterior. Nos últimos 4 anos a participação nas exportações vem se mantendo quase estável, algo em torno dos 39%.

Em termos regionais, Três Lagoas é atualmente o principal parceiro comercial da UE no Mato Grosso do Sul. Tendo analisado os maiores municípios do estado, Três Lagoas lidera as exportações para o bloco de Janeiro a Abril de 2016 com o equivalente a US$ 148,6 milhões (36,78%); Campo Grande US$ 21.8 milhões (19,2%); Dourados com parcos US$ 972,5 mil; e Corumbá sem fluxo de exportação.

REINO UNIDO E A CAPITAL MUNDIAL DA CELULOSE

A relação entre as exportações e importações foi particularmente favorável ao Reino Unido no ano de 2008, no entanto, a partir de 2009 ela passa a ser superavitária, evoluindo de uma quantia irrisória em 2009 para US$ 43 milhões em 2012.

Entre 2008 e 2015, a evolução das exportações de mercadorias destinadas aos britânicos variou consideravelmente e, nos últimos três anos houve um decréscimo de 197% no volume exportado. Em 2015, Três Lagoas exportou US$14.716.446 milhões em produtos para o Reino Unido, o que significa 1,3% do total de exportações da cidade no ano, segundo dados do MDIC Do lado das importações, tampouco apresentam volume significativo, uma vez que o Reino Unido não se caracteriza como fornecedor global de equipamentos do setor da celulose e papel.

Na análise de 2013 em diante o Reino Unido vem perdendo presença nas exportações três-lagoense com médias de exportação US$ 14,3 milhões. O que representa, em percentuais de participação, aproximadamente 4% dentro do bloco, seguindo a tendência de arrefecimento das exportações observada desde 2013, em contraposição ao forte crescimento apresentado em 2011 e 2012.

Em 2015, as exportações totais de Três Lagoas para as ilhas britânicas somaram US$ 14.716.446 milhões, 25% menos do que no mesmo período do ano retrasado, correspondendo a 4% do total exportado para o bloco. Tal participação já foi consideravelmente maior levando-se em consideração o ano de 2012 quando atingiu os 16%.

No grupo geral de produtos exportados, comparando-se os acumulados de Janeiro à Maio dos anos 2015 e 2016, verificou-se que Três Lagoas exportou para a União Europeia o correspondente a US$ 160,5 milhões, 8% abaixo dos US$ 174 milhões de 2015. Enquanto o Reino Unido viu os seus fluxos de exportação reduzir a uma taxa de 54,6% em relação ao ano anterior, ou seja, apesar da União Europeia ser um importante parceiro comercial, o Reino Unido tem reduzido sua participação na balança comercial de Três Lagoas desde meados de 2013, quando apresentou uma variação de quase – 60% de 2012 em relação a 2013 e desde então não houve recuperação dos valores exportados (Gráfico 7).

De acordo com a base de dados Agrostat, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2015, o Brasil teve receita de US$ 66 milhões com a exportação de celulose para o Reino Unido.

O insumo é o principal item da pauta exportadora de Três Lagoas, se for do interesse desta ganhar mais espaço no mercado do Reino Unido, a cidade terá que redobrar os esforços, uma vez que vem perdendo presença nas exportações. O Reino Unido é vanguarda nas discussões como a mudança do clima, o desmatamento e os setores que quiserem ter maior exposição de seus produtos na Grã-Bretanha terão que se engajar para manter ou conquistar o mercado. De fato, as implicações do Brexit estão longe de ser uniformemente negativas para a economia nacional e local. O Brexit deixa dúvidas e provoca turbulência na economia mundial, mas também abre janelas na corrente de comércio com o Reino Unido.

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