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terça-feira, 23 de abril, 2024

Depois de ameaçar ALL, Dilma articula mudar controladores da empresa

13/01/2014 – Atualizado em 13/01/2014

No Estado, a empresa é responsável pelo transporte de produtos como álcool, gasolina, diesel, minério de ferro, minério de manganês, celulose, produtos siderúrgicos, milho, soja, farelo de soja e containers de frigorífico

Por: Midia Max

Depois da ameaça de suspender a concessão federal a ALL (América Latina Logística), o governo federal articula nos bastidores mudar os atuais controladores da empresa. A companhia é responsável 60% da malha ferroviária do País. Em Mato Grosso do Sul, mais de 10 municípios usam o serviço da empresa para escoar a produção.

A entrada de novos investidores na companhia férrea é vista com bons olhos pelo governo, uma vez que esses investidores poderiam fazer uma injeção de capital no grupo necessária para investimentos na malha ferroviária da companhia. Na sexta-feira, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reuniu-se com dirigentes da Cosan.

O banco, que tem participação acionária na ALL, quer saber até onde há disposição do grupo em retomar as conversas para entrar no bloco de controle da ferrovia, afirmaram as mesmas fontes.

O grupo, comandado pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello, fez em fevereiro de 2012 proposta a para entrar no bloco de controle da ALL. Mas, após um ano e meio de conversações, não houve acordo. Em outubro o passado, a ALL entrou na Justiça contra a Rumo (controlada pela Cosan), questionando contrato firmado com a ex-parceira no transporte de açúcar.

“O governo não pode simplesmente tirar a concessão da companhia porque sabe que provocaria um verdadeiro caos logístico em pleno ano eleitoral”, afirma uma fonte do governo. “Mas entende que, se houvesse mudança na gestão e governança da companhia, seria o melhor dos cenários”, diz a fonte.

A Cosan é considerada a solução mais palpável, mas outros investidores também estão sendo avaliados, como tradings (empresas que exportam e importam commodities). Ometto foi sondado na quarta-feira em Brasília, quando foi discutir concessões de ferrovias com a presidente Dilma Rousseff. Procurada, a Cosan não comenta o assunto.

Um acordo entre ALL e Cosan ainda está longe de ser feito, mas a própria ALL está tentando estender a bandeira branca. A companhia contratou Pérsio de Souza, da Estáter (empresa especializada em fusões e aquisições), para encontrar uma solução para a companhia. Souza, que representa os acionistas do bloco de controle, procurou várias vezes a Cosan para acenar um acordo, ainda sem sucesso.

“É muito mais vantajoso para a Cosan selar um acordo de paz do que levar a briga adiante”, disse uma fonte. “A disputa duraria muito tempo e a companhia não conseguiria repor eventuais prejuízos.”

Em contrato fechado em 2009 entre as duas companhias, a Rumo se comprometeu a investir cerca de R$ 1,2 bilhão em infraestrutura de vagões e locomotivas para escoamento de açúcar – cerca de 90% desses aportes já foram feitos. “No entanto, a ALL não realizou os investimentos necessários. E está utilizando parte dessa estrutura para açúcar no escoamento de soja”, diz a fonte do governo.

Atuação em MS

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Em Mato Grosso do Sul, é responsável por 1.296 quilômetros da malha ferroviária. A empresa atende os municípios de Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Terenos, Miranda, Bodoquena, Corumbá, Chapadão do Sul, Inocência e Aparecida do Taboado.

No Estado, a empresa é responsável pelo transporte de produtos como álcool, gasolina, diesel, minério de ferro, minério de manganês, celulose, produtos siderúrgicos, milho, soja, farelo de soja e containers de frigorífico.

Outro lado

Procurada, a ALL diz, por meio de sua assessoria, desconhecer a intenção do governo em buscar mudança no controle da companhia. A empresa informou, por meio de fato relevante, que o “grupo e a Rumo encontram-se envolvidos em disputas acerca de sua relação comercial, sujeitas a obrigações de confidencialidade”, e que “avalia soluções alternativas com relação a tais disputas, sem que se possa antever, no presente momento, o resultado das mesmas”, em resposta à matéria veiculada ontem no Valor Econômico sobre a possível retomada das negociações entre as duas companhias.

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