08/10/2015 – Atualizado em 08/10/2015
Polícia Civil contabilizou prejuízo de R$ 158 mil até o momento.
Além dos presos, outros 3 homens foram reconhecidos como integrantes.
Por: G1
Após serem reconhecidos por vítimas de Campo Grande, os estelionatários responsáveis pelo “golpe do ferro” foram reconhecidos em outras capitais brasileiras. Ao G1, a delegada Ana Cláudia Medina, titular da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco), ressaltou nesta quinta-feira (8), que vítimas de Brasília e Goiás. O prejuízo comprovado contabiliza R$ 158 mil até o momento, segundo a Polícia Civil.
“Com a divulgação dos golpistas, novas vítimas apareceram e inclusive proprietários de empresas que tiveram um grande prejuízo com o golpe. A Deco concluiu as investigações, com a prisão preventiva dos dois suspeitos que coordenavam a ação, além de pedir a prisão de mais três envolvidos, sendo um deles já considerado foragido da Justiça”, afirmou a delegada.
De acordo com Medina, cada integrante da quadrilha tinha uma função. Thiago Henrique Anísio Martins, de 30 anos, era uma das pessoas quem entrava em contato com as vítimas, se passando por funcionário do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Além dele, outros três homens saíam do local, durante a negociação, para “dar mais credibilidade”, conforme a delegada.
Jogatina
O grupo gastou o dinheiro das vítimas em 24h, segundo a polícia. “Eles alegam que são viciados em jogatina e gastaram todo o valor no mesmo dia”, comentou a delegada. Eles entraram em contato com as vítimas, que são de Coxim e São Gabriel do Oeste, no início do mês de setembro, fazendo uma proposta que aparentemente seria bem vantajosa, conforme Medina.
Na ligação, Thiago disse que possuía 20 toneladas de ferro com um preço muito vantajoso, “ponta de estoque”. As vítimas então combinaram que uma repassaria R$ 23 mil e a outra R$ 25 mil, totalizando R$ 48 mil. Ambos chegaram do interior do estado com a carreta pronta para fazer o carregamento.
** Primeiro encontro**
O encontro então ocorreu em uma supermercado da cidade. De lá eles seguiram viagem até uma empresa e um terceiro suspeito, que já foi identificado e está com a prisão preventiva decretada, conforme Medina, os recebeu. “Eles fizeram parte da negociação no estacionamento da empresa e posteriormente seguiram para um local. Thiago dizia que um doutor era a pessoa responsável por receber o dinheiro”, comentou a delegada.
O “doutor”, na verdade, era Ademir Cândido de Jesus, de 62 anos. “Ele recebeu as vítimas vestido de terno, em um local que aparentemente seria um escritório, quando na verdade se tratava de um posto de saúde. As vítimas entregaram o dinheiro em espécie e um dos golpistas pediu para ir ao banheiro. Após meia hora, eles encontraram muitas pessoas de branco e decidiram perguntar sobre o local, quando entenderam se tratar de um posto de saúde”, ressaltou Medina.
No mesmo dia, as vítimas compareceram a Deco e registraram a ocorrência. Até o momento, dois suspeitos foram presos. Eles respondem pelo crime de estelionato e associação criminosa. A dupla foi flagrada no dia 19 de setembro, nas proximidades do bairro Nova Lima, região norte da cidade. Eles retornavam de Goiás, após uma tentativa frustrada de crime da mesma natureza.
Ao G1, ambos negaram as acusações e disseram estar “muito arrependidos”. Todos possuem vasta ficha criminal por estelionato.