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Índice de mortalidade por suicídio em MS é maior que média nacional

22/09/2017 08h36

Nos primeiros seis meses de 2017, foram notificados 53 casos de tentativas e 3 casos de suicídio em Três Lagoas

Por: Dayane Milani

Dados inéditos sobre o suicídio no Brasil, divulgados na quinta-feira (21) pelo Ministério da Saúde, mostram um país onde tirar a própria vida está longe de ser uma exceção, e indicam um sinal de diversos tipos de sofrimentos, psíquicos e sociais.

O suicídio, no país, já é a quarta maior causa de morte entre homens jovens.

Em Mato Grosso do Sul os números são ainda piores. A taxa de mortalidade entre os homens é maior do que a média nacional. No país essa taxa é de 8,7 a cada 100 mil habitantes, e no estado, é de 13,3.

O boletim mostra um panorama até então pouco conhecido. A questão já é hoje uma das maiores preocupações da OMS (Organização Mundial da Saúde), que alerta para o avanço não só do suicídio, mas das doenças como depressão e ansiedade. Em todo o planeta, 800 mil pessoas tiram a própria vida todo ano.

No Brasil, a violência tem alcançado desde crianças até idosos. São 11 mil pessoas, a cada ano, que cometem suicídio. A taxa de mortalidade a cada 100 mil habitantes subiu em 2015, alcançando 5,7. Em 2014, após registrar queda, a taxa em todo o país foi de 5,5. Também assusta a incidência do suicídio entre indígenas: 15,2 é a taxa entre as etnias.

Em Três Lagoas, nos primeiros seis meses de 2017, foram notificados 53 casos de tentativas e três casos de suicídio. Em 2016, houve o mesmo número de tentativas que resultaram em seis casos de morte. Tanto em 2016, como no primeiro semestre de 2017, maioria dos casos notificados envolve meninas e mulheres dos 15 aos 29 anos de idade.

Esses dados foram informados pelo do Setor de Vigilância Epidemiológica das Doenças e Agravos Não Transmissíveis, vinculado à Diretoria de Vigilância e Saneamento da Secretaria Municipal de Saúde.
Homens tiram mais a própria vida do que as mulheres

A taxa de mortalidade em tentativas de suicídio entre os homens é 3,6 maior do que entre as mulheres, cuja taxa é de 2,4. Mato Grosso do Sul, novamente, atinge patamar acima da média nacional. Entre as mulheres do estado, essa taxa é de 3,7.

A meta do Ministério da Saúde é reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020, já que o Brasil é signatário do Plano de Ação em Saúde Mental, lançado em 2013 pela OMS. A redução faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.

Lesões auto provocadas de forma voluntária, um dos indícios de comportamento suicida, segundo especialistas, são a 3ª maior causa das taxas de mortalidade entre homens no Brasil. Já entre as mulheres é 8ª. Entre 2011 e 2016 foram notificadas 176.226 lesões auto provocadas em todo o Brasil.

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A taxa de mortalidade entre as mulheres é menor, mas não as tentativas de suicídio. Segundo o boletim, 69% das tentativas ocorreu entre as mulheres. Foram 48.204 tentativas entre 2011 e 2016, 58% por envenenamento ou intoxicação. As mulheres, aponta o Ministério da Saúde, também voltam a tentar suicídio mais do que homens. A taxa de reincidência entre elas é de 31,3, e entre os homens é de 26,4.

A letalidade do suicídio revela o boletim, é maior entre os idosos. A faixa etária de 70 anos e mais apresentou taxa de mortalidade de 8,9, superando a de jovens entre 20 e 29 anos, cuja taxa é de 6,8.

Entre os povos indígenas cuja taxa de mortalidade é muito maior do que entre pessoas brancas, negras e amarelas – crianças e jovens representam 44,8% dessas mortes. Trata-se de uma faixa etária que contempla desde crianças de 10 anos até jovens de 19.

Mato Grosso do Sul tem grande representação nesses índices. O relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2015, publicado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) em 2016, mostrou que metade dos suicídios entre indígenas ocorridos em 2015 no Brasil aconteceram no estado.

Setembro amarelo

Este é o mês que simboliza o combate e prevenção ao suicídio, iniciativa do CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina)e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). As primeiras atividades começaram em 2014, concentradas em Brasília. Mato Grosso do Sul passou a aderir apenas no ano passado, apesar de ser o segundo Estado na lista do Ministério da Saúde com maior índice de casos em relação ao número de habitantes.

*Dados Ministério da Saúde

***Com Campo Grande News

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