Medidas mais enérgicas podem ser solicitadas à Justiça.
02/03/2019 20h48
Por: Mirela Coelho
Autoridades que trabalham na investigação da tragédia de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, recomendaram à Vale o imediato afastamento do diretor-presidente da mineradora, Fabio Schvartsman, e outros 13 empregados da empresa do exercício de quaisquer funções e atividades no grupo Vale.
Em 25 de janeiro, a barragem B1 da mina do Córrego do Feijão se rompeu. Até o momento, 186 mortos foram identificados e há 122 pessoas desaparecidas.
Caso a Vale não cumpra, a força-tarefa pode pedir à Justiça a adoção de medidas mais enérgicas, como a prisão das pessoas citadas no documento, que é assinado por integrantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público de Minas Gerais, das polícias Federal e Civil e destinado ao Conselho de Administração da Vale.
A força-tarefa pede também que Schvartsman e mais oito dos investigados sejam proibidos de entrar em prédios ou instalações da mineradora”. Outra recomendação é para que o corpo de empregados da Vale não compartilhe assuntos de “teor estritamente profissional” com esses investigados. Veja a lista:
Fabio Schvartsman – diretor-presidente;
Gerd Peter Poppinga – diretor-executivo de Ferrosos e Carvão;
Lucio Flávio Gallon Cavalli – diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão;
Silmar Magalhães Silva – diretor de operações do Corredor Sudeste;
Alexandre de Paula Campanha – gerente executivo de Governança da Geotecnia Corporativa;
Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araujo – gerente de Gestão de Estruturas Geotécnicas;
Joaquim Pedro de Toledo – gerente executivo de Planejamento e Programação do Corredor Sudeste;
Cesar Augusto Paulino Grandchamp – geólogo vinculado à Gerência Executiva de Planejamento e Programação do Corredor Sudeste;
Rodrigo Artur Gomes de Melo – gerente Executivo do Complexo Paraopeba.
Para outros cinco funcionários foi recomendado apenas o afastamento das funções no grupo Vale, sem estar expresso o impedimento de entrada no prédio. Veja nomes:
Felipe Figueiredo Rocha – vinculado à Gerência de Gestão de Riscos Geotécnicos;
Washington Pirete da Silva – engenheiro vinculado à Gerência de Gestão de Riscos Geotécnicos;
Renzo Albiero Guimarães Carvalho – gerente de Geotecnia, vinculado à Gerência Executiva de Planejamento e Programação do Corredor Sudeste;
Cristina Heloiza da Silva Malheiros – engenheira geotécnica vinculada à Gerência de Geotecnia, Responsável Técnica pela barragem B1;
Arthur Bastos Ribeiro – engenheiro geotécnico vinculado à Gerência de Geotecnia.
Nesse grupo estão alguns dos funcionários da Vale que chegaram a ser presos e diretores que tiveram o habeas corpus preventivo negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A recomendação foi entregue em mãos aos advogados do Conselho de Administração da Vale no fim da tarde dessa sexta-feira (2). E, a partir dessa data, a mineradora tem dez dias para dizer se acata ou não as recomendações e apresentar informações relativas as providências a serem adotadas.
Em nota a diretoria da Vale informou que as recomendações foram encaminhadas ao Conselho de Administração da companhia e serão analisadas pelo colegiado, dentro do prazo estabelecido. A mineradora disse, ainda, que coopera permanentemente com as autoridades encarregadas da investigação.
Veja a íntegra da nota da Vale:
“A diretoria da Vale coopera permanentemente com as autoridades encarregadas da investigação, fornecendo absolutamente tudo que lhe é demandado para instruir os procedimentos investigatórios em curso, tendo seus executivos e funcionários se colocado à disposição voluntariamente para prestarem depoimentos com o firme objetivo de auxiliar no esclarecimento das causas do lamentável rompimento da Barragem de Feijão.
As reportadas recomendações conjuntas da Força Tarefa e Polícia Federal foram encaminhadas ao Conselho de Administração da companhia e serão analisadas oportunamente pelo colegiado, dentro do prazo estabelecido”.
Informação do site Correio do Estado