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quinta-feira, 25 de abril, 2024

Em 2017, 57% das famílias de MS não permitiram doação de órgãos

Foi o oitavo maior índice do país, segundo o Ministério da Saúde.

06/09/2018 09h28
Por: Laís Eger Penha / Por G1.com

Mato Grosso do Sul registrou em 2017 uma negativa familiar rejeitando a doação de órgãos de pessoas diagnosticadas com morte encefálica de 57%, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Foi o oitavo maior índice do país, ficando atrás somente do registrado em Mato Grosso, Roraima, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Goiás e Bahia.

De acordo com a pesquisa, de 199 possíveis doadores contabilizados pela Central Estadual de Transplantes, foram realizadas entrevistas com familiares de 133 e destes houve a negativa de 76 para a captação dos órgãos.

Na Santa Casa de Campo Grande, instituição que faz a captação e transplantes de rins de córneas, o enfermeiro Rodrigo Correia Gomes da Silva, que integra a Organização de Procura de Órgãos do hospital, diz que é necessário uma maior conscientização da população sobre o tema.

“Por isso, é importante que a pessoa manifeste em vida o desejo de ser doador ou não, para que no momento de uma entrevista familiar, a família já tenha uma resposta sobre qual era o desejo daquela pessoa”, explica.

Silva lembra que a abordagem a família de um possível doador é um dos momentos mais delicados do processo de captação de órgãos.
“É um momento muito difícil para as famílias Inclusive, para nós, enquanto equipe. Fomos treinados para dar notícias boas para as famílias, mas notícias não tão boas também são necessárias. No caso da doação de órgãos, para a família do doador é muito triste, mas para quem vai receber o órgão é a melhor notícia que se pode dar”, analisa.

O integrante da Organização de Procura de Órgãos destaca ainda que para que seja diagnósticada a morte encefálica de possíveis doadores de órgãos são realizados uma série de exames.

“É necessário fazer três exames, conforme a lei brasileira. São dois exames clínicos e um exame de imagem. Feitos esses exames, por médicos diferentes, para não haver convergências, se chega ao final do diagnóstico de morte encefálica”, explica.

Ele comenta que também é preciso fazer uma avaliação se os órgãos do possível doador são compatíveis para um transplante, ou seja, se estão em boas condições para serem reimplantados em um receptor.
Em Mato Grosso do Sul são feitos três tipos de transplantes: córneas, rins e ossos e tendões. Os procedimentos são feitos em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Atualmente, 191 pessoas aguardam na fila por um desses órgãos.

Várias unidades realizam transplante de córnea, já o de rim somente a Santa Casa de Campo Grande. Para a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Claire Miozzo, o desafio é ampliar o número de unidades capazes de fazer os procedimentos. Outra expectativa é habilitar hospitais para o transplante de coração. Dois já demonstraram interesse. Um deles é a própria Santa Casa de Campo Grande, que parou com essas cirurgias em 2013.

Conforme a Central Estadual, quem é de Mato Grosso do Sul e precisa de um transplante de coração tem de viajar para outros estados. O órgão aponta que fazer o procedimento no estado dá mais conforto para o paciente e a família, além de custar menos para o Poder Público.

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Neste mês está sendo realizada uma ampla mobilização, com várias ações e iniciativas, visando despertar a conscientização da população para a importância da doação de órgãos, no chamado Setembro Verde.

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