15/09/2014 – Atualizado em 15/09/2014
Apresentação será realizada durante I Simpósio sobre Arte Rupestre em Mato Grosso do Sul
Por: DD
Nos dias 17 e 18 de setembro, Campo Grande sediará o I Simpósio sobre Arte Rupestre em Mato Grosso do Sul. Nesses dois dias, profissionais da área irão apresentar o Inventário da Arte Rupestre, que reúne 88 sítios encontrados no Estado. O trabalho de mapeamento e cadastro desses sítios, que durou pouco mais de um ano e meio, foi feito em parceria entre Eletrosul, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O evento é gratuito e voltado ao público em geral.
Segundo a arqueóloga da Eletrosul, Luciana Ribeiro, pelas características dos achados arqueológicos, a ocupação da região se deu basicamente por povos caçadores, coletores ou pescadores e, posteriormente, por grupos de etnias indígenas que se dedicavam à horticultura e eram, também, exímios ceramistas. Foram pessoas que habitaram a região há pelo menos 10 mil anos, até a chegada dos colonizadores europeus, quando o contato extinguiu diversos grupos e práticas culturais. “As figuras rupestres encontradas em Mato Grosso do Sul retratam, por meio de simbologias, os ritos, crenças e a vida cotidiana desses povos”, acrescentou a arqueóloga.
Os sítios rupestres do Mato Grosso do Sul são de suma importância para contar a história de ocupação do território. Com o inventário e os desdobramentos desse trabalho, a intenção é não só assegurar a preservação do patrimônio arqueológico sul-mato-grossense como, também, envolver a população nesse processo de conservação da história. A arqueóloga lembra que boa parte desses sítios está em locais muito visitados ou muito afastados das comunidades e, por isso, as pinturas e gravuras sofreram vandalismo ou mesmo destruição por agentes naturais, como o desplacamento da rocha.
Os primeiros cadastros dos grafismos no Mato Grosso do Sul foram feitos há mais de quatro décadas. “Naquela ocasião, o arqueólogo tinha apenas um mapa do IBGE. Hoje, temos imagens de alta precisão, GPS e sistemas de identificação, que têm pequena margem de erro. Em alguns casos, conseguimos verificar a existência de um sambaqui ou de um cerrito por imagens de alta precisão”, conta a arqueóloga. “O recadastramento possibilita que tudo seja reavaliado, permitindo traçar um quadro da situação de conservação e alternativas de preservação da arte rupestre em Mato Grosso do Sul e no Brasil”, acrescentou.
Livro “Arte Rupestre em Mato Grosso do Sul”
No encerramento do simpósio, o resultado do trabalho será apresentado em publicação voltada para a educação patrimonial arqueológica, com informações resgatadas dos sítios de arte rupestre. Posteriormente, o material será disponibilizado digitalmente pelo Iphan aos órgãos interessados no estudo.
Programação
Quarta-Feira (17/09)
09h. Distribuição de material
09:30 Solenidade de abertura Iphan/MS, Eletrosul e UFGD
10h. Vídeo institucional
10:10 Apresentação do Inventário da Arte Rupestre em Mato Grosso do Sul – Dr. Rodrigo Simas Aguiar
10:30 ‘O Pantanal do Guaporé e a Tradição Bacabal ceramista, suas origens e suas influências’ – Dr. Eurico Miller
14h. ‘Possibilidades de cronologia das gravuras arqueológicas em Mato Grosso do Sul’ – Dr. Gilson Rodolfo Martins
15h. Intervalo
15:30 ‘Grafismos arqueológicos do Alto Paraná’ – Dra. Emília Mariko Kashimoto
Quinta-Feira (18/09)
09h. ‘Os Registros Rupestres do Pantanal/Brasil e da Chiquitania/Bolívia como Interação Regional dos Grupos Indígenas Pré-coloniais’ – Dr. José Luis dos Santos Peixoto
10h. Intervalo
10:30 ‘Os petroglifos da região de Corumbá’ – Dr. Jairo Henrique Rogge
14h. ‘Os primeiros registros dos sítios de arte rupestre de Alcinópolis’ – Dra. Silvia Moehlecke Copé 15h. Intervalo
15:30 ‘Gestão e Socialização do Patrimônio Arqueológico’ – Arqueólogo Danilo Curado
17h. Encerramento do evento com apresentação do livro ‘Arte Rupestre em Mato Grosso do Sul’
Local: Grand Park Hotel Endereço: Av. Afonso Pena, 5.282 – Centro – Campo Grande (MS) Informações: [email protected]