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Estudante denuncia professor da UFMT por racismo: ‘pretinha’

27/05/2016 – Atualizado em 27/05/2016

Amadla Silva diz que ouviu insinuações racistas pela cor da sua pele. Professor negou as acusações feitas e disse que irá processar a estudante.

Por: G1

Uma estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Sinop, a 503 km de Cuiabá, denunciou um professor da instituição por racismo. Amandla Silva, que cursa o 10º semestre de medicina veterinária na UFMT, afirma que o professor Marsel Carvalho Pereira teria feito insinuações racistas por causa da cor de sua pele. O docente nega as acusações e afirmou que irá processar a aluna por injúria e difamação.

Duas denúncias foram protocoladas pela estudante, sendo uma na própria instituição, que irá abrir um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta do professor, e uma no Ministério Público Federal (MPF), que instaurou um inquérito para apurar o caso. O inquérito, porém, tramita em segredo de justiça.

“Ele utiliza do meu nome com expressões de cunho racista quando ele diz, por exemplo, ‘pretinha e desclassificada fazendo macaquices’. Então, todas essas expressões que ele utiliza são claramente de teor racial e pejorativas”, afirmou.

A agressão sofrida pela aluna teria sido presenciada por outros estudantes que figuram no processo como testemunhas. O processo ainda leva, em anexo, uma postagem do professor em uma rede social da internet, onde a imagem de uma banana é associada ao sistema de cotas universitárias.

O processo interno na UFMT deve ser concluído em 30 dias e, segundo o pró-reitor do campus de Sinop, Marco Antônio Araújo, o professor apenas deve ser afastado de suas funções se a comissão montada para investigá-lo assim decidir.

“A denúncia chegou para mim na semana passada e encaminhei para a Pró-reitoria Administrativa, que é quem abre o processo de investigação. Pedi para que o processo fosse feito em Cuiabá, para que seja o mais isento possível. Essa situação nos deixou muito chateados, porque temos uma luta muito grande em favor das minorias”, disse.

O professor deve apresentar sua defesa junto ao Ministério Público Federal até a próxima semana. Segundo Amandla, a procura pela instituição foi necessária porque o comportamento do professor teria piorado após a denúncia feita internamente na UFMT.

“Nós esperávamos que com essa denúncia dentro da universidade, tivesse uma mudança na atitude do referido professor. Infelizmente, não houve. Se houve, foi para pior. Mas a gente entendeu que seria necessário extrapolar também as paredes da universidade. Por isso, [houve] a procura pelo MPF”, afirmou.

Penalidades

Caso seja condenado administrativamente por crime de injúria racial contra a aluna, o professor pode sofrer desde uma advertência até uma demissão. Já quanto à denúncia feita ao MPF, caso a instituição entenda que realmente ocorreu crime de injúria ou que há indícios de que esse crime tenha sido cometido, o professor que poderá ser processado.

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Outro lado

O professor Marsel Carvalho Pereira nega as acusações de racismo e alegou estar tranquilo quanto aos dois processos que deverá responder. “Na verdade, esse fato não ocorreu e eu espero a materialização dele na Justiça. Meu advogado e eu estamos trabalhando para buscar compreender isso daí”, disse.

Quanto ao fato de ter postado a imagem de uma banana associada às cotas raciais, o professor disse se arrepender. “Eu já tinha até me esquecido desse post, mas, observando a dimensão que foi dada, eu realmente me arrependo. Eu tenho uma opinião contra as cotas, isso é público, mas a questão da banana foi pega como um elemento pejorativo para tentar me prejudicar”, afirmou.

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